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 | Hiroko Masuike/The New York Times
| Foto: Hiroko Masuike/The New York Times

Você terá de passar sem as toalhas e os lençóis bordados com monogramas e as janelas à prova de balas. E um trem especial não estará esperando embaixo da Park Avenue para levá-lo embora caso o tráfego na região central de Manhattan se torne impossível.

Mas você não precisa mais ser o presidente dos EUA para reservar a suíte presidencial do hotel Waldorf Astoria em Nova York. Os hóspedes não são mais submetidos a uma checagem de seu passado, mas esteja preparado para gastar. A suíte de três quartos e três banheiros no 35° andar custa cerca de US$ 8.000 por noite.

Por isso, os hóspedes podem entrar no hotel pela garagem, sem tocar na suja calçada lá fora, e pegar o elevador para a suíte Waldorf Towers, onde se hospedaram todos os presidentes americanos desde Herbert Hoover.

As Waldorf Towers, que se anunciam como um hotel sobre um hotel e têm entrada própria para carros na East 50th Street, tem 26 suítes no “estilo presidencial”. A suíte presidencial propriamente dita não é a maior ou a mais cara (é superada pela Cole Porter, com cinco quartos; a real, onde moraram o duque e a duquesa de Windsor; e a cobertura).

Mas ainda é espaçosa, com um vestíbulo, sala de estar com lareira decorativa, sala de jantar para dez pessoas, cozinha e um boudoir junto ao banheiro master, de mármore. Com 208 metros quadrados, é suficientemente espaçosa para acomodar 50 convidados.

Originalmente equipada de móveis no estilo colonial, foi redecorada no estilo da Geórgia em 1969, “para lembrar a Casa Branca, sem tentar copiá-la”, disse Matt Zolbe, do Waldorf.

Ela não possui grandes obras de arte, mas a sala de estar ostenta uma cadeira de balanço estofada que pertenceu a John F. Kennedy, castiçais de parede doados por Richard Nixon e livros de Homero, Shakespeare, Lewis Carroll e J. K. Rowling (ela se hospedou lá). Diante da cama king-size, há uma escrivaninha que pertenceu ao general Douglas MacArthur, o herói da Segunda Guerra Mundial, que teve uma suíte aqui.

Os presidentes raramente se hospedam em outro lugar em Nova York. O presidente Barack Obama ficou no Intercontinental, do outro lado da rua, em maio passado, depois de participar de um evento para angariar fundos lá, mantendo a política de diversidade desta administração até na escolha de hotéis, mas ele já se hospedou no Waldorf.

Se você paga impostos federais, fique tranquilo, pois embora o presidente e seu séquito geralmente ocupem três andares do Waldorf Towers eles não pagam o que você pagaria. “Alguém poderia dizer: ‘Essa é a minha hipoteca de um mês’, mas o presidente paga menos que isso”, disse Zolbe. “O objetivo para nós é que ele seja um ímã que traga as outras delegações.”

Quando a Assembleia Geral da ONU está em sessão, o hotel hospeda até duas dúzias de chefes de Estado simultaneamente, disse, “e cada um pode se sentir como o Sol ao redor do qual todo mundo orbita”.

A única vez em que eles não se sentem assim é quando estão disputando com outros 23 chefes de Estado o elevador.

Eles também não supõem que haverá um trem privativo para escapar do tráfego, outra amenidade que o presidente recebe por motivos de segurança.

O ramal do trem é acessível por um elevador de carga. O presidente Franklin Roosevelt o usou, em parte para esconder sua deficiência (consequência da poliomielite), em pelo menos uma ocasião, depois de um dia de campanha em 1944.

William D. Hassett, secretário de correspondência de Roosevelt, mais tarde lembrou que o ramal foi construído “para acomodar os carros de ‘monarquistas econômicos’” e, naquela noite em 1944, foi usado, “de todas as pessoas, pelo arqui-inimigo do grupo privilegiado para cujo deleite foi criada essa extravagante conveniência”.

Mesmo sem trem especial, dizer que você dormiu na suíte presidencial o situa em um grupo privilegiado. Há oito décadas a história acontece ali, e os dias das big bands no rádio e das conversas junto à lareira ressoam para qualquer pessoa que possa pagar.

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