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Capacidade de cálculo e digitação fica prejudicada quando mesas de trabalho são equipadas com esteiras, mostra estudo | Jim Wilson/The New York Times
Capacidade de cálculo e digitação fica prejudicada quando mesas de trabalho são equipadas com esteiras, mostra estudo| Foto: Jim Wilson/The New York Times

Mesas de escritório com esteiras rolantes ficaram populares nos EUA porque elas podem ajudar as pessoas que normalmente trabalhariam sentadas a se movimentar mais e, assim, ficar mais saudáveis. Porém, um novo estudo sugere a existência de desvantagens ocultas.

Pesquisadores da Universidade Brigham Young (BYU) em Provo, Utah, recrutaram 75 jovens de ambos os sexos e os dividiram em dois locais de trabalho: um equipado com cadeiras, outro com mesas com esteira rolante.

As esteiras foram configuradas para rolar a 2,5 quilômetros por hora, com inclinação zero. Nenhum dos participantes tinha usado uma mesa-esteira antes, por isso eles tiveram alguns minutos de instrução e prática.

Os voluntários tinham que realizar uma série de testes de habilidade manual e mental.

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A tarefa manual era bastante simples: usar o teclado para digitar com a maior rapidez e precisão possíveis palavras que apareciam e desapareciam rapidamente na tela do computador, enquanto o voluntário ficava sentado ou caminhava lentamente.

Os testes cognitivos eram mais difíceis, destinados a medir aspectos práticos da cognição, como memória funcional, lembrança tardia (delayed recall) e a capacidade de se concentrar, todos importantes para o trabalho em escritórios.

Em um desses testes, os voluntários tiveram de decorar e mais tarde lembrar de listas de palavras. Em outro, tiveram de manipular listas de números e somá-los de cabeça enquanto novos números eram adicionados à lista.

Os resultados, relatados em abril em “PLOS One”, favoreceram de modo substancial a posição sentada para as tarefas solicitadas. As pessoas que caminharam durante os testes se saíram pior em quase todos os aspectos do raciocínio. E muito pior em digitação, sendo substancialmente mais lentas e com maior tendência a erros do que o grupo sentado.

As notas cognitivas mais baixas entre as pessoas que caminharam na esteira, comparadas com as das que ficaram sentadas, foram especialmente inesperadas, disse Michael Larson, professor de psicologia e neurociência que chefiou a pesquisa. A maioria dos estudos sobre os efeitos da atividade física na cognição mostra que o movimento melhora o raciocínio.

Larson comentou que esses estudos geralmente se concentravam nos efeitos no raciocínio depois que as pessoas caminhavam, não em como elas raciocinavam enquanto estivessem de fato se movimentando.

No estudo atual, disse ele, parece que usar uma mesa-esteira reduziu os recursos cognitivos de alguns voluntários. Ao dedicar parte de seu pensamento a manter-se equilibrados na esteira, eles foram um pouco menos capazes de raciocinar e memorizar informações.

Ainda assim, segundo Larson, é extremamente provável que, se as pessoas usarem repetidamente uma esteira, elas se acostumarão a seus efeitos e poderão caminhar, digitar e pensar com mais facilidade.

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