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Palestinos carregam um homem que foi atingido durante os confrontos | MAHMUD HAMS/AFP
Palestinos carregam um homem que foi atingido durante os confrontos| Foto: MAHMUD HAMS/AFP

Uma nova série de confrontos entre manifestantes palestinos e as forças de segurança de Israel nesta sexta-feira (15) levou à morte de quatro palestinos e deixou mais de 150 feridos na Cisjordânia e na faixa de Gaza.  

Os enfrentamentos ocorreram em mais um "Dia de Fúria" convocado pelo grupo radical palestino Hamas em resposta à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital israelense e anunciar a mudança da embaixada americana para a cidade.  

Na fronteira de Gaza com Israel, manifestantes atiraram fogo em pneus e lançaram pedras e coquetéis molotov contra as forças de segurança israelenses, que responderam com gás lacrimogêneo e munição letal.  

Segundo o porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Kidra, os soldados mataram dois palestinos com tiros na cabeça. Um deles era Ibrahim Abu Thuraya, 29, cujas fotos nas manifestações repercutiram nas redes sociais.  

Thuraya participou dos protestos dos últimos dias em sua cadeira de rodas com uma bandeira palestina. Em entrevista, ele disse que teve as duas pernas amputadas após ser atingido por um ataque aéreo de Israel em 2008.  

Outros dois palestinos foram mortos perto de Ramallah, capital da Cisjordânia. O porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld, afirma que uma das mortes foi de um homem que esfaqueou duas vezes um agente.  

Os confrontos se repetiram também em Nablus e Jerusalém Oriental, reivindicada como capital pelos palestinos e onde fica a Cidade Velha, sagrada para islâmicos, cristãos e judeus. Pelo menos 74 pessoas ficaram feridas na cidade.  

Desde o anúncio de Trump, no último dia 6, oito palestinos foram mortos. O Hamas também disparou mísseis de Gaza ao sul de Israel no mesmo período, mas sem vítimas. As forças israelenses responderam com ataques aéreos.  

A decisão do americano foi condenada por países do Oriente Médio e da Europa. O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, disse que não voltará às negociações de paz por considerar que os Estados Unidos deixaram de ser um ator neutro.

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