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Crianças palestinas em prédios destruídos pela aviação israelense durante a operação na Faixa de Gaza no ano passado: ONU entendeu que houve abusos dos dois lados. | MOHAMMED SABER/EFE
Crianças palestinas em prédios destruídos pela aviação israelense durante a operação na Faixa de Gaza no ano passado: ONU entendeu que houve abusos dos dois lados.| Foto: MOHAMMED SABER/EFE

O órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) para direitos humanos fez ontem um apelo para que Israel e palestinos julguem supostos crimes de guerra cometidos durante os confrontos na Faixa de Gaza de 2014 e cooperem com a investigação do Tribunal Penal Internacional. O pedido gerou uma dura reação do governo israelense.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU debateu o assunto dias antes de a Operação Margem de Proteção, de Israel, ser lançada em resposta aos foguetes disparados no enclave controlado pelo grupo Hamas.

“Os que têm medo de atacar abertamente o terrorismo, no final sofrerão o terrorismo.”

Benjamin Netanyahu,premiê de Israel, ao defender as ações de seu país na Faixa de Gaza.

O fórum de Genebra, com 47 Estados membros, aprovou uma resolução, apresentada pela delegação palestina e apoiada por Estados muçulmanos, por 41 votos a favor, um contra (dos Estados Unidos) e cinco abstenções. Todos os Estados membros da União Europeia, incluindo Grã-Bretanha, França e Alemanha, votaram a favor.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou o Conselho de “não estar interessado nem nos fatos nem nos direitos humanos”. “No mesmo dia em que dispararam contra Israel desde o Sinai e enquanto o Estado Islâmico está cometendo ataques terroristas viciosos no Egito, enquanto (Bashar Al) Assad assassina seu povo na Síria e as execuções arbitrárias anuais crescem no Irã, o Conselho de Direitos Humanos da ONU decide condenar o Estado de Israel por atuar para se defender de uma organização terrorista assassina”, criticou Netanyahu em comunicado. Ontem, um míssil foi disparado contra Israel, sem deixar vítimas.

Netanyahu acusou o conselho de ter aprovado mais decisões contra seu país do que contra todos os demais juntos e garantiu que “Israel seguirá defendendo seus cidadãos”. “Os que têm medo de atacar abertamente o terrorismo, no final sofrerão o terrorismo”, disse.

A resolução lamentou a falta de cooperação de Israel e sua “recusa em permitir o acesso dos organismos internacionais de direitos humanos” para investigar supostas violações do direito internacional nos territórios palestinos ocupados, incluída Jerusalém Oriental.

O ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riyad al-Maliki, agradeceu o Conselho. “Não há caminho para a justiça e a paz sem responsabilidade. Não aceitaremos que os crimes repetidos contra nossa gente fiquem sem castigo”, disse em comunicado. Segundo ele, “famílias inteiras foram aniquiladas” nos 50 dias da operação militar israelense na Faixa de Gaza.

A comissão da ONU acusou tanto as Forças Armadas israelenses como os grupos armados palestinos de cometer atrocidades que podem constituir crimes de guerra durante os confrontos de julho e agosto de 2014, que mataram 2.251 palestinos (sendo 551 crianças) e 67 soldados e seis civis do lado israelense.

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