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| Foto: CHARLY TRIBALLEAU/AFP

Um padre de 84 anos morreu e uma pessoa está em estado grave depois de uma tomada de reféns em uma igreja em Saint-Etienne-du-Rouvray, a 125 quilômetros de Paris, na manhã desta terça-feira (26). A mídia francesa relata que uma dupla invadiu a igreja durante a missa e atacou o padre com facas – ele foi degolado. Cinco pessoas estavam nesta igreja quando dois criminosos entraram no local, disse Pierre Henry Brandet, um porta-voz do ministério do Interior.

A polícia matou as duas pessoas que atacaram os fiéis.Três reféns foram liberados e estão sãos e salvos. O arcebispo da cidade próxima de Rouen, Dominique Lebrun, indicou queo padres se chamava Jacques Hamel e tinha 84 anos.

Não se sabem as motivações dos dois criminosos, que morreram durante a operação lançada pela Brigada de Busca e Intervenção (BRI) de Rouen, mas a investigação está a cargo da seção antiterrorista.

O grupe Estado Islâmico (EI) afirmou que o ataque realizado em uma igreja na França, onde um padre foi degolado, foi executado por “dois de seus soldados”, segundo a agência Amaq, o órgão de propaganda dos extremistas. “Os autores do ataque responderam aos chamados para atacar os países da coalizão internacional”, que luta contra o EI no Iraque e na Síria, segundo a Amaq.

Esta tomada de reféns ocorre num contexto de alta tensão na França, doze dias depois de um atentado em Nice (sudeste) que deixou 84 mortos e mais de 300 feridos. O ataque de Nice foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).

Também ocorre no dia da inauguração em Cracóvia, na Polônia, da Jornada Mundial da Juventude, um encontro mundial de católicos que contará com a participação do papa Francisco.

Papa Francisco lamenta o ataque

O papa Francisco compartilha a “dor e o horror” pelo “assassinato bárbaro” de um sacerdote em uma igreja da França, indicou um comunicado do Vaticano.

“Estamos particularmente abalados por esta violência horrível ocorrida em uma igreja, um lugar sagrado no qual se anuncia o amor de Deus”, disse o comunicado do Vaticano.

O presidente francês, François Hollande, e o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, se dirigiam ao local do crime. O primeiro-ministro, Manuel Valls, disse que os franceses “permanecerão unidos” diante deste “ataque bárbaro”.

Imagens dos meios de comunicação mostravam vários veículos de emergência no local do incidente e ruas bloqueadas.

Ataques

A França, que foi alvo de três ataques de grande porte nos últimos 18 meses – 17 mortos em janeiro de 2015, 130 mortos em 13 de novembro deste ano e 84 mortos no dia 14 de julho – vive afundada no medo de novos ataques.

Vários ataques na Alemanha nos últimos dias, alguns deles reivindicados pelo grupo Estado Islâmico, também aumentaram os temores na Europa.

Depois do ataque em Nice, a França estendeu por seis meses o estado de emergência, em vigor desde os atentados terroristas de 13 de novembro de 2015 em Paris. Este regime dá à polícia poderes adicionais.

Em sua propaganda e seus comunicados de reivindicação, o grupo Estado Islâmico convoca a atacar os líderes “cruzados” ocidentais e o “reino da Cruz”, uma expressão que faria referência à Europa.

A ameaça de um ataque contra um local de culto cristão estava na mente de todos na França, sobretudo depois que um projeto de atentado contra uma igreja católica nos arredores de Paris em abril de 2015 foi abortado.

Após este projeto de atentado, o governo havia anunciado que adaptaria seu dispositivo de luta antiterrorista aos locais de culto católicos. Cerca de 700 escolas e sinagogas judaicas, assim como entre mil e 2,5 mil mesquitas, estão protegidas por militares, mas parece difícil aplicar estas mesmas medidas de segurança nas 4,5 mil igrejas católicas do país.

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