Papa lembra luta por liberdade e pede união

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O papa Francisco pediu às pessoas de toda a América Latina que se voltem para suas raízes cristãs em comum em busca de inspiração para resolver as diferenças, em missa celebrada diante de quase um milhão de pessoas, ontem, na capital equatoriana, Quito.

“É impensável que brilhe a unidade se a mundanidade espiritual nos faz entrar em guerra entre nós, em uma busca estéril de poder, prestígio, prazer ou segurança econômica.”

Papa Francisco,durante em missa em Quito.

Em sua homilia, o pontífice elogiou a convicção e a força do “grito da liberdade” durante a luta independentista da região contra as potências europeias 200 anos atrás. “Mas a história nos ensina que ela só progrediu uma vez que as diferenças pessoais foram postas de lado”, disse o papa à multidão reunida no Parque Bicentenário de Quito, diante do panorama das montanhas dos Andes, em seu terceiro dia de visita ao Equador.

Francisco exortou os povos do continente a usarem o Evangelho “como maneira de unir nossas esperanças, preocupações, ideais e até visões utópicas”.

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Dezenas de milhares de pessoas enfrentaram o vento e a chuva para acampar no local da missa do papa de segunda para terça-feira. Mais tarde o clima mudou, e o serviço foi realizado debaixo de um sol forte.

Francisco está visitando três das menores e mais pobres nações de sua nativa América do Sul durante a turnê de uma semana. Hoje ele segue para o Paraguai e na sexta-feira vai à Bolívia.

Protestos vinham abalando o Equador antes da chegada do pontífice, mas sua presença acalmou temporariamente as manifestações. O presidente Rafael Correa, que compareceu à missa de ontem, teve uma conversa particular com o papa na noite de segunda-feira, depois que Francisco voltou de Guayaquil.

Bênção especial

Antes da missa, Francisco abençoou uma mulher de 100 anos em uma parada inesperada durante seu percurso por Quito a bordo do papamóvel. O veículo tinha andado vários minutos no meio de centenas de milhares de pessoas, quando, na zona norte do Parque Bicentenário, parou depois que Francisco deu uns tapinhas no ombro do motorista. Com a voz cheia de emoção, a senhora disse à emissora de televisão “Ecuavisa”, que estava feliz, pois nunca imaginou que passaria por isso: “receber a bênção de Deus com a minha idade, que já tenho 100 anos”.