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Em reação a uma proibição que ameaça sua atividade, comerciantes de carne bovina da Índia estão buscando permissão para abater vacas Jersey -- de origem estrangeira -- , que acreditam não serem sagradas para a maioria hindu do país como o gado criado localmente.

Vários Estados liderados pelo partido nacionalista hindu Bharatiya Janata, do primeiro-ministro, Narendra Modi, ou criaram novas leis para banir a carne bovina ou aprofundaram as limitações para o abate do gado.

A Índia é um dos maiores exportadores mundiais de carne bovina e seu quinto maior consumidor, e o comércio é dominado pela minoria muçulmana, que teve pouco sucesso ao protestar contra as mais recentes restrições.

O Conselho Milli de Toda a Índia, uma plataforma para os muçulmanos indianos, agora diz apoiar o veto à carne bovina, mas gostaria que o governo lhe oferecesse alternativas. Eles torcem para que o gado Jersey, originalmente criado na Ilha de Jersey (território britânico) para o mercado de laticínios, possa ser uma opção.

“Exigimos que o governo nos deixe abater as vacas Jersey, que são de origem estrangeira, não há sentimentos religiosos em relação a elas”, argumentou M.A. Khalid, secretário-geral da unidade do conselho no Estado de Maharashtra, no oeste do país.

Maharashtra sedia Deonar, o maior abatedouro da Índia, e em fevereiro o Estado ampliou o veto ao abate das vacas para touros castrados ou não. Nesta sexta-feira, o ministro-chefe, Devendra Fadnavis, descartou a ideia de permitir o abate das vacas Jersey. “Não há exceções”, declarou.

Desde a proibição instaurada em Maharashtra, o abate de gado em Deonar caiu pela metade, a maioria búfalos. Vários funcionários ficaram sem emprego, e Fadnavis disse que o governo está cogitando um plano de reabilitação para a comunidade de Qureshi, a mais afetada, mas não deu detalhes.

Enquanto isso, grupos hindus estão trabalhando pelo bem-estar do gado que deve ser abandonado devido à proibição à carne bovina.

Vyankatesh Abdeo, secretário do Conselho Milli de Toda a Índia no Vishwa Hindu Parishad, ou Conselho Mundial Hindu, afirmou que irão proteger qualquer raça de vaca e aumentar em oito vezes o número de abrigos para elas no Estado, ou seja, cinco mil unidades. “Toda vaca é sagrada para nós, independentemente de sua raça”, disse Abdeo.

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