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Operação Ágata, na fronteira brasileira, já apreendeu várias toneladas de drogas e contrabando. | Divulgação/Marinha/Ágata
Operação Ágata, na fronteira brasileira, já apreendeu várias toneladas de drogas e contrabando.| Foto: Divulgação/Marinha/Ágata

A acusação de que as Forças Armadas do Brasil teriam invadido o território paraguaio levou o governo do país vizinho a formalizar uma reclamação. Na sexta-feira (31), o embaixador brasileiro em Assunção foi convocado à chancelaria paraguaia. Uma carta, com conteúdo semelhante, foi entregue pela Embaixada Paraguaia em Brasília ao Itamaraty.

Uma reunião estaria marcada para a manhã desta segunda-feira (03) no Paraguai para discutir os rumos do conflito e apresentar o resultado da perícia feita nos veículos da Marinha Paraguaia.

Dois conflitos teriam ocorrido, terça (28) e quarta-feira (29), segundo informações do jornal paraguaio ABC Color. Uma patrulha de militares brasileiros teria localizado seis barcos de contrabandistas no Rio Paraná, na região entre Guaíra, no Paraná, e Salto del Guairá, no lado paraguaio.

Em uma das situações, os militares brasileiros trocaram tiros com os contrabandistas e apreenderam as embarcações. No dia seguinte, ainda segundo o ABC Color, o confronto teria sido entre os militares dos dois países. Não há registro de feridos. O Exército brasileiro lançou, há duas semanas, a operação Ágata, para reprimir os delitos na área da fronteira. O governo do Paraguai classificou o episódio como um “grave ato contra a soberania paraguaia”.

“O Paraguai mantém uma estreita cooperação com o Brasil na luta contra as diversas formas de delinquência organizada, e espera que, baseado nos princípios de respeito recíproco e cooperação, atos dessa natureza não voltem a se repetir”, diz a nota do governo do Paraguai entregue ao Brasil.

Vídeo mostra momento de tiroteio no Rio Paraná

Gravação que circula por Whatsapp teria sido feita por um membro da operação e revela que houve troca de tiros entre brasileiros e paraguaios, na última semana de julho.

+ VÍDEOS

O embaixador brasileiro no Paraguai, José Felicio, informou, ainda segundo o jornal paraguaio, que a Operação Ágata vai continuar. A ação das forças militares brasileiras em 4 mil quilômetros de fronteira começou no dia 22 de julho. O exército informou, naquele momento, que havia procurado as autoridades de países vizinhos para comunicar sobre a operação.

De acordo com a Catve, mais de 300 tiros de fuzil foram disparados contra veículos da marinha do Paraguai e oficiais que estavam de serviço. Numa das situações, o veículo particular de um capitão da marinha paraguaia teria sido atingido. A imprensa do Paraguai rechaçou a ação dos brasileiros, que teriam colocado em risco os oficiais paraguaios.

Presidencial

Partiu do próprio presidente paraguaio, Horacio Cartes, a decisão de apresentar uma queixa formal sobre o incidente na fronteira. Cartes teve uma reunião com líderes militares e, após receber um relatório da situação, ordenou a formalização da queixa.

Protocolo

De acordo com jornal ABC Color, o exército paraguaio iniciou um protocolo de segurança em função do desrespeito à soberania. Ao jornal, o porta-voz da Marinha Capitão Miguel Salum, disse que, de acordo com declarações dos moradores, os militares brasileiros ultrapassaram o limite jurisdicional, pelo Rio Paraná. Sob às ordens do comandante da Marinha, vice-almirante Antonio Vallejos Abadie, foi aberta uma investigação para esclarecer os fatos.

Defesa

O ministro da Defesa do Brasil, Jacques Wagner, esteve em Foz do Iguaçu para acompanhar a situação, e disse que o objetivo é coibir o contrabando e o tráfico ilegal de drogas na região. Durante a visita, segundo o jornal paraguaio ABC Color, Wagner disse que ações dessa natureza devem ser “mais frequentes”. Wagner chegou à Base Aérea de Foz de Iguaçu na quinta-feira (30), sobrevoou a região de helicóptero e, em seguida, foi até São Miguel do Iguaçu na BR-277.

Brasil nega que tenha atentado à soberania

O governo brasileiro negou que militares brasileiros tenham invadido o território paraguaio durante atividades da operação Ágata, que tem como objetivo reprimir delitos na fronteira. O Ministério da Defesa informou neste sábado que todas as ações referentes à operação foram realizadas do lado brasileiro e que não houve incursão do lado paraguaio.

Segundo o governo brasileiro, três barcos de contrabandistas foram apreendidos do lado brasileiro. No momento em que as embarcações eram rebocadas, uma lancha do Exército foi atacada e houve troca de tiros. Os militares não foram feridos e saíram em busca dos atiradores, que não foram encontrados. Foi aberto um inquérito para apurar as ocorrências. A Defesa divulgará nesta segunda-feira (3) o balanço da operação Ágata, que terminou nesta sexta (31).

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