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O Paraguai criará uma comissão especial de investigação para esclarecer o confronto entre policiais e camponeses que deixou 17 mortos na sexta-feira passada (15), na tentativa de acalmar os ânimos enquanto cresce a pressão política sobre o presidente Fernando Lugo por sua responsabilidade no conflito. O mandatário, criticado por sua reação à violência ocorrida em uma fazenda no nordeste do Paraguai, convocou nesta quarta-feira (20) a sua primeira entrevista coletiva em dois anos para anunciar a formação do grupo investigador que terá a intervenção da Organização dos Estados Americanos (OEA). O anúncio foi feito entre renovadas ameaças de um impeachment contra Lugo, que não tem maioria no Congresso e se viu forçado a destituir seu ministro do Interior e o comandante da polícia pelo episódio violento ocorrido em uma região de fronteira com o Brasil. "Neste acontecimento infeliz perdemos todos ... não é o momento de buscar nem pedir ganhos políticos de parte de ninguém, nem pessoas nem organizações, porque seria somente oportunismo político", disse o presidente. Lugo explicou que os policiais, que tentavam conduzir uma desapropriação de terra ocupada por camponeses, foram "surpreendidos em meio a um protocolo de diálogo e negociação", lançando luz sobre o que aconteceu depois de várias versões conflitantes. E acrescentou que havia indícios sobre a maneira de atuar de ambos os grupos e a utilização de armamento de alto calibre "que sugere a participação de forças de profissionais do crime", sem dar mais detalhes sobre o incidente, o mais violento das últimas duas décadas no país. A comissão, que terá como tarefa um estudo completo e independente dos fatos, será formada pela sociedade civil e um representante da OEA.

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