• Carregando...
Henrique Capriles, líder da oposição venezuelana | Nicholas Kamm/AFP
Henrique Capriles, líder da oposição venezuelana| Foto: Nicholas Kamm/AFP

Oponentes indignados do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, o denunciaram como um verdadeiro ditador na última quinta-feira (30), depois que seus aliados na Suprema Corte destituíram o Parlamento do país de seus poderes.

Maduro tem governado a Venezuela essencialmente por decreto desde o fim de 2015, quando seu governo impopular foi destroçado nas eleições parlamentares e seus oponentes assumiram controle do congresso. Desde então, eles têm sido sistematicamente bloqueados pela Suprema Corte da Venezuela, que Maduro aparelhou com membros que lhe são leais.

Há um golpe em andamento na Venezuela. Perguntas e respostas para entender a crise

Leia a matéria completa

Mas depois que a corte decidiu na última quarta-feira (29) que os parlamentares estavam agindo em desacato a suas ordens, os juízes formalmente removeram seus poderes, dizendo que a corte ou “outro corpo designado” assumiria responsabilidade por escrever as leis da Venezuela.

Um grupo de parlamentares da oposição entrou em conflito com a polícia do lado de fora da corte quinta-feira, acusando o governo Maduro de ter perpetrado um “golpe”.

“Isso é uma ditadura, e a Venezuela precisa da ajuda do mundo”, disse o líder da Assembleia Nacional, Julio Borges, rasgando a ordem dos juízes e chamando-a de “lixo vindo daqueles que sequestraram a Constituição e os direitos e liberdades do povo venezuelano.”

O mais recente passo do governo venezuelano em direção à autocracia suscitou críticas e reprovações de outros países latino-americanos, liderados pelo Peru, que retirou seu embaixador em sinal de protesto. O Departamento de Estado dos Estados Unidos disse que condena a decisão da corte.

Oposição venezuelana reage à decisão do Supremo e promete ocupar as ruas

Leia a matéria completa

“Essa ruptura da democracia e das normas constitucionais danifica grandemente as instituições democráticas da Venezuela e nega ao povo venezuelano o direito de dar forma ao futuro do país por meio de seus representantes eleitos”, o porta-voz Mark Toner disse em um comunicado. “Consideramos isso um grande retrocesso para a democracia na Venezuela.”

Maduro, 54 anos, foi escolhido a dedo por Hugo Chávez para sucedê-lo antes de sua morte por câncer em 2013. Maduro ganhou por pouco a eleição no final daquele ano, mas o país dependente do petróleo mergulhou em uma crise profunda desde então, com uma escassez alarmante de alimentos e medicamentos.

Em vez de moderar suas visões linha-dura, Maduro e o governista Partido Socialista Unido se entrincheiraram e saíram ao ataque, especialmente conforme outros governos da região expressaram cada vez mais preocupação quanto à crescente crise humanitária e à erosão das normas democráticas.

A decisão da Corte veio um dia depois de o órgão ter destituído os parlamentares de sua imunidade penal, um possível prelúdio para mais prisões. Leopoldo Lopez, um dos líderes da oposição, está detido em condições severas em uma prisão militar desde que liderou protestos de rua contra o governo que acabaram em violência no começo de 2014. Ele está cumprindo uma pena de 14 anos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]