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A área, conhecida como Guta Oriental, onde vivem cerca de 400 mil pessoas, é considerada o último reduto do grupo rebelde | ABDULMONAM EASSA/AFP
A área, conhecida como Guta Oriental, onde vivem cerca de 400 mil pessoas, é considerada o último reduto do grupo rebelde| Foto: ABDULMONAM EASSA/AFP

Ao menos 38 pessoas morreram nesta quarta-feira (21) no distrito de Guta, a leste de Damasco, elevando para 310 o número de mortos pelos bombardeios que ocorrem no enclave rebelde desde a noite de domingo (18). Há ainda 1.550 feridos.  

Os números foram divulgados pela ONG britânica Observatório Sírio de Direitos Humanos.  

Tropas do governo sírio estão atacando, desde domingo, um enclave rebelde próximo da capital Damasco. A área, conhecida como Guta Oriental, onde vivem cerca de 400 mil pessoas, é considerada o último reduto do grupo rebelde. E está sob cerco do Exército sírio de Bashar al-Assad desde 2013. 

O governo nega ter atacado civis e afirmou que o bombardeio tem como alvo terroristas islâmicos que agem na região. Em resposta ao bombardeiro, os rebeldes usaram morteiros para atacar Damasco, deixando pelo menos duas pessoas mortas e seis feridas na cidade.  

Guerra

Desde 2015, quando passaram a receber ajuda da Rússia, as forças leais a Assad têm ganhado território na guerra civil, que já dura sete anos.  

O enviado da ONU à Síria, Staffan de Mistura, alertou nesta semana sobre a possibilidade de Ghouta se transformar numa segunda Aleppo, cidade que foi cenário de um confronto excruciante em 2016.

Calamidade

“A situação em Ghouta é semelhante ao dia do julgamento final”, afirmou ao jornal britânico “The Guardian” o vice-diretor dos White Helmets, Mounir Mustafa. Um médico que não quis se identificar classificou o ataque como um massacre contra a população civil. 

Representante do Exército do Islã, principal grupo rebelde em Guta, Mohammed Alloush comparou a ação do regime sírio à Alemanha nazista. "Um novo holocausto está sendo feito pelo pior regime da terra", disse à agência de notícias Associated Press.  

Ele criticou ainda a falta de ação da ONU e os governos de Rússia e Irã, que apoiam Assad.  

"A situação humanitária dos civis em Ghouta Oriental é um espiral fora de controle", disse na segunda Panos Moumtzis, coordenador dos esforços humanitários da ONU no país. "É imperativo acabar com esse sofrimento humano desnecessário imediatamente. Ataques contra civis inocentes e infraestruturas devem parar imediatamente", afirmou ele em nota.  

O Unicef, fundo das Nações Unidas para a infância, decidiu emitir um comunicado em branco para manifestar sua oposição a situação no país. "Nós não temos mais palavras para descrever o sofrimento das crianças e nossa indignação", afirmou uma nota de rodapé ao final da nota.

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