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O provedor de serviços de pagamento on-line PayPal extinguiu a conta usada pelo WikiLeaks para receber doações, em mais um golpe contra o site de divulgação de informações vazadas.

O PayPal disse em seu blog que a decisão foi motivada por uma violação de sua política, "que diz que nosso serviço de pagamento não pode ser usado para quaisquer atividades que incentivem, promovam, facilitem ou orientem outros a empreender atividade ilegal".

Neste sábado, já não era possível fazer doações para o WikiLeaks através do PayPal, e qualquer tentativa gerava uma mensagem de erro: "este beneficiário está atualmente impossibilitado de receber dinheiro".

Na sexta-feira, o site WikiLeaks.org enfrentava dificuldades para manter-se online, à medida que governos e empresas retiravam ou ameaçavam retirar suporte. O nome de domínio do WikiLeaks.org tornou-se inacessível depois de o provedor EveryDNS.net anunciar que passou a negar serviços para o site. O ministério da Indústria da França, por sua vez, anunciou que planejava impedir que a empresa francesa OVH abrigasse o site da WikiLeaks, que qualificou como "criminoso".

Essas medidas se seguiram à decisão da Amazon.com, anunciada nesta quarta-feira, de deixar de abrigar o WikiLeaks em seus servidores, depois de pressões de membros do Congresso dos Estados Unidos. O anúncio da decisão da Amazon foi feito pelo senador norte-americano Joseph Lieberman, e não pela empresa. Ao confirmar o anúncio, a Amazon negou que pressões tenham motivado sua decisão e disse que o WikiLeaks violou os termos de seu contrato de serviços ao disponibilizar material que não possuía legalmente.

Em sua linha no Twitter, o WikiLeaks postou um tweet de um dos fundadores da Electronic Frontier Foundation, um grupo sem fins lucrativos que defende as liberdades na internet, dizendo que "a primeira infoguerra séria está agora em andamento e o campo de batalha é o WikiLeaks".

O WikiLeaks tem conseguido driblar os ataques mudando o endereço de seu site principal; hoje à tarde, ele postou um protocolo numérico IP em sua linha no Twitter, para ajudar o público a ter acesso aos documentos vazados do Departamento de Estado dos EUA por uma rota diferente; também era possível encontrar esse IP na reportagem sobre o WikiLeaks no site do Financial Times.

Desde que começou a disponibilizar os documentos da diplomacia dos EUA, em 28 de novembro, o WikiLeaks também tem estado sob ataques anônimos do tipo "negação de serviço"; as pessoas que coordenam esse tipo de ataque usam uma rede de vários computadores, frequentemente infectados por vírus, para fazer acessos múltiplos e simultâneos contra um site, provocando sobrecarga e travamento.

A EveryDNS disse que esses ataques a obrigaram a deixar de dar suporte ao WikiLeaks desde a 1h (de Brasília) desta sexta-feira; segundo a empresa, os ataques "ameaçam a estabilidade de toda a infraestrutura da EveryDNS.net, que abriga 500 mil sites".

Na França, o fundador da OVH, Octave Klaba, disse que sua empresa "não é nem, contra, nem a favor" do WikiLeaks e que pediria a um tribunal francês que determinasse se o WikiLeaks é legal ou não. "Esperamos que o juiz dê sua decisão hoje à noite ou amanhã. E a OVH vai implementar a decisão imediatamente", afirmou Klaba.

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que é procurado pelas autoridades da Suécia para ser interrogado sobre uma acusação de estupro, deu uma curta entrevista online nesta sexta-feira ao jornal britânico Guardian, na qual afirmou que ele e alguns de seus colegas estão "tomando precauções apropriadas" para proteger-se das ameaças contra suas vidas. Nos últimos dias, nos EUA, vários políticos e comentaristas da mídia fizeram declarações em favor de ações contra Assange, inclusive de seu assassinato. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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