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Parentes de vítima do ataque em Istambul | Ozan Kose/AFP
Parentes de vítima do ataque em Istambul| Foto: Ozan Kose/AFP

A polícia turca deteve 13 pessoas, três delas estrangeiras, nesta quinta-feira (30), sob suspeita de participação no atentado que deixou ao menos 42 mortos no aeroporto internacional de Istambul, segundo uma fonte oficial do governo da Turquia.

De acordo com o governo, a polícia de Istambul realizou operações simultâneas em 16 locais da cidade, onde se suspeitava que funcionassem células do Estado Islâmico (EI).

A polícia suspeita que ao menos um dos três responsáveis pelo ataque ao aeroporto nesta terça-feira (28) seja estrangeiro, mas ainda não há informações sobre suas identidades nem uma confirmação de envolvimento com o EI. Até o momento, ninguém assumiu a autoria do atentado.

O ataque, com 239 feridos, foi o mais letal ocorrido na maior cidade turca desde 2003, quando caminhões-bomba explodiram em frente a duas sinagogas e ao consulado do Reino Unido, deixando 57 mortos.

“Estamos investigando a possibilidade de estrangeiros estarem envolvidos. É provável que ao menos um deles seja estrangeiro, mas a investigação ainda está em andamento”, disse um oficial do governo, que se recusou a dar mais detalhes.

Uma outra fonte oficial também afirmou que os três responsáveis pelo ataque ainda não foram identificados por causa dos “danos extensivos aos tecidos moles” (como músculos, pele e tendões). “Uma equipe médica está trabalhando contra o relógio para concluir o processo de identificação”, informou o governo.

Para o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, a responsável pela ação é a facção terrorista Estado Islâmico. O governo justifica a acusação por causa da semelhança com outros ataques da organização, principalmente o que matou 17 pessoas no aeroporto de Bruxelas em março.

Quem também disse que o ataque tem a marca da milícia é John Brennan, diretor da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA). No entanto, lembrou que os extremistas não reivindicaram a maioria das ações anteriores que fizeram na Turquia.

Detalhes

Nesta quarta, as autoridades turcas revelaram mais detalhes sobre a sequência do ataque. Segundo os investigadores, os autores chegaram ao terminal internacional do aeroporto de táxi por volta das 21h50 (15h50 em Brasília).

Após troca de tiros no posto de controle da entrada do desembarque, o primeiro detonou a primeira bomba. Os outros dois se aproveitaram do caos para ativar os explosivos que levavam consigo.

Entre as vítimas estão ao menos 13 estrangeiros, incluindo cinco sauditas e dois iraquianos. Cidadãos de China, Jordânia, Tunísia, Uzbequistão, Irã e Ucrânia também morreram no atentado. Durante esta quarta (29), o aeroporto já havia retomado sua atividade, e os destroços eram limpos pela equipe.

Terceiro mais movimentado na Europa, o aeroporto concentra voos de toda a região, o que explica a variedade na nacionalidade dos passageiros -e uma das razões para ter sido atacado.

Turismo em colapso

Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, pediu que a comunidade internacional faça do ataque um ponto de inflexão na luta global contra o terrorismo.

A Turquia deve viver, a partir de agora, um novo declínio na sua indústria do turismo. O país foi atacado diversas outras vezes, nos últimos meses, e já não possui mais uma imagem de local seguro.

Os turcos registraram queda de 34,7% no número de turistas em maio, em comparação ao mesmo mês de 2015. A queda mensal foi a maior em 17 anos.

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