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Em mais uma cena dramática da crise migratória que assola a Europa, refugiados se atiraram sobre linhas ferroviárias e entraram em confronto com a polícia que tentava levá-los para um centro de acolhimento na Hungria nesta quinta-feira (3). Os refugiados tinham embarcado mais cedo em Budapeste em um trem com destino a uma cidade perto da fronteira com a Áustria, mas foram obrigados a deixar a composição antes, quando chegaram à cidade de Bicske, informou a agência oficial MTI.

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Após dois dias de caos em uma estação de Keleti, imigrantes exaustos e confusos se amontoaram em uma composição para a cidade fronteiriça húngara de Sopron, agarrando-se às portas e apertando os filhos nos vagões. Muitos acreditavam que iriam levá-los para a Áustria ou Alemanha, na esperança que seria o fim de uma jornada às vezes perigosa pelo Oriente Médio, África e Ásia.

Mas o trem foi parado na cidade de Bicske, a 40 km de Budapeste, e a polícia determinou a saída dos passageiros para levá-los em vários ônibus para um campo de refugiados, um dos quatro maiores do país. Alguns imigrantes resistiram, se jogando na linha ferroviária ou tentando fugir. Outros lutaram com a polícia, tentando voltar a bordo.

Aqueles que se recusaram a desembarcar bateram nas janelas do trem e gritaram contra os agentes. A polícia depois declarou que a estação ferroviária era uma “zona de operação” e ordenou a retirada de jornalistas. “Precisamos de água”, disse um homem sírio que ainda estava no trem e deu seu nome como Midu. “Respeitem os seres humanos aqui”.

Segundo os relatos, a composição levava entre 200 e 300 pessoas.

O influxo vem abalando o sistema de asilo da União Europeia, que chegou ao ponto de ruptura, semeando a divisão entre os 28 países membros e alimentando o populismo de direita. Os principais países da UE adotaram posições claramente opostas sobre a possibilidade de dar as boas-vindas aos imigrantes. A Alemanha planeja aceitar 800 mil refugiados este ano, enquanto a Grã-Bretanha criou um programa para permitir a entrada de sírios, mas que aceitou apenas 216.

Quase todos os imigrantes chegam pelo sul e leste da UE, mas prosseguem rumo aos países mais ricos a norte e oeste, criando confusão para um bloco que permite a livre circulação entre seus cidadãos, mas a restringe para imigrantes em situação irregular.

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