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| Foto: ALFREDO ESTRELLA/AFP

Em meio ao turbilhão de notícias ruins que abalaram o México em decorrência do terremoto de magnitude 7,1 graus que atingiu o país na terça-feira (19), com mais de duas centenas de mortos, ao menos um alento: esquipes de resgate conseguiram salvar 11 crianças e uma professora que estavam presos em meio aos escombros da escola Enrique Rebasmen, na Cidade do México. Entre eles, os irmãos Luis Carlos Herrera Tomé, de 12 anos, e José Raul Herrera Tomé, de 7 anos, ficaram mais de 20 horas embaixo da pilha de tijolos - 32 crianças e 5 adultos morreram no local.

De acordo com informações oficiais do governo mexicano, são 230 mortos no país, sendo ao menos 100 na cidade do México. “Comecei a ver que o teto estava quebrando, então me virei. Segurei meus amigos e corremos”, recordou Luis Carlos, em entrevista à agência de notícias AP.

A escola Enrique Rebsamen, localizada no extremo sul da capital mexicana, é considerada um dos locais prioritários dos trabalhos de resgate na Cidade do México. A instituição tinha três andares e, após o tremor, ficou reduzida a um andar que ameaça desabar, o que dificulta os trabalhos de resgate.

No local há centenas de socorristas e militares, além de dezenas de pais desesperados que procuram por informações sobre seus filhos. “É onde temos o maior número de crianças que perderam a vida”, disse à emissora Televisa o diretor-geral da Defesa Civil, Luis Felipe Puente.

O presidente do México, Enrique Peña Nieto, visitou o local. Ele conversou com socorristas e prestou solidariedade aos familiares das vítimas. “Eles continuam tirando crianças, mas nós não sabemos nada sobre a minha filha”, disse Adriana D’Fargo, 32 anos, após horas esperando por informações de sua filha de 7 anos.

No entorno do local da tragédia, várias pessoas se organizavam para transportar, em uma corrente humana, cestas com garrafas de água para os socorristas. Diante da escola, duas pessoas tentavam organizar em um computador uma espécie de centro de controle, com uma lista das pessoas mortas, resgatadas e desaparecidas.

Um dos organizadores da lista relata que algumas crianças feridas foram levadas para hospitais sem o conhecimento dos pais.

O desabamento aconteceu quando responsáveis retiravam as crianças durante os tremores. “Uma nuvem de poeira veio quando parte do edifício entrou em colapso. Tivemos que permanecer em nossas salas até que o tremor passasse”, disse a professora María del Pilar Martí.

O terremoto derrubou pelo menos 50 prédios, destruiu encanamentos de gás e desencadeou incêndios pela capital e em outras cidades no centro do México. Carros foram esmagados pela queda de destroços.

Partes de igrejas da era colonial desmoronaram no Estado de Puebla, onde o USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos) localizou o epicentro do tremor, cerca de 158 quilômetros a sudoeste da capital mexicana, a uma profundidade de 51 quilômetros.

O sismo aconteceu exatos 32 anos depois de um terremoto devastador, em 1985, e menos de duas semanas depois que outro tremor matou quase cem pessoas no sul do país.

Com o tremor, o vulcão Popocatépetl, visível da Cidade do México em um dia sem nuvens, teve uma pequena erupção.

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