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Policiais esvaziam terminal do aeroporto de Orly após ataque na manhã de sábado. Atividades foram retomadas durante a tarde. | Benjamin Cremel/AFP
Policiais esvaziam terminal do aeroporto de Orly após ataque na manhã de sábado. Atividades foram retomadas durante a tarde.| Foto: Benjamin Cremel/AFP

As forças de segurança mataram neste sábado um francês fichado pela polícia que tentou pegar a arma de uma militar no aeroporto parisiense de Orly, provocando pânico e deixando milhares de viajantes em terra. O homem morto, um francês de 39 anos identificado como Ziyed Ben Belgacem, era conhecido pela polícia e pelos serviços de inteligência, segundo os investigadores.

De acordo com o promotor François Molins, Belgacem atacou um soldado e seus colegas no aeroporto e gritou que gostaria de morrer em nome de Alá. Ele também disse que “independentemente do que acontecer, haverá mortes”. “Ele a agarrava pelo pescoço e ameaçava outros dois militares com a arma da mulher”, que tentava pegá-la de volta, contou uma testemunha. Então, os dois colegas da militar “abriram fogo para protegê-la” e para “proteger todo o público”, declarou o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian.

O ataque ocorreu às 7h30, no horário local (4h30 em Brasília). Uma hora e meia antes do ocorrido, durante uma blitz em uma estrada ao norte de Paris, o mesmo homem havia disparado contra agentes de polícia com uma pistola de pressão, ferindo levemente um deles na cabeça. Pouco depois, roubou um carro a 30 km do local, antes de se dirigir ao Aeroporto de Orly.

O tráfego aéreo foi completamente interrompido pela manhã e quase 3 mil pessoas foram retiradas do terminal sul. O ataque gerou cenas de pânico e confusão, embora ninguém tenha se ferido. As testemunhas que assistiram ao ataque descreveram uma cena breve e violenta. Sofiane Slim, um funcionário da Royal Air Maroc, estava no térreo quando ouviu os disparos. “Foi um pânico generalizado, as pessoas corriam por toda parte”. As lojas fecharam e alguns viajantes abandonaram suas malas pelo aeroporto. Uma operação de desminagem comprovou a ausência de explosivos, anunciou o Ministério do Interior, e o tráfego aéreo foi restabelecido aos poucos durante a tarde de sábado.

Antecedentes

Belgacem tinha uma longa ficha criminal e já foi investigado pelas autoridades por suspeita de terrorismo, afirmaram promotores locais. Ele nasceu na capital francesa, já cumpriu pena na prisão e sua casa estava entre as que foram vasculhadas em novembro de 2015, durante a ação policial que se sucedeu aos ataques que deixaram 130 mortos na capital do país. Apesar de ter sido assinalado como uma pessoa “radicalizada”, o registro administrativo ao qual foi submetido em 2015 “não deu nenhum resultado”, segundo uma fonte policial.

A polícia colocou o pai e o irmão de Belgacem em prisão preventiva, e no sábado à tarde revistou sua casa em Garges-lès-Gonesse, ao norte da capital, segundo as autoridades.

Políticos

O presidente francês, François Hollande, elogiou “a valentia” dos policiais e militares diante de um “indivíduo particularmente perigoso”. Hollande ressaltou, ainda, a “determinação do Estado para atuar sem descanso contra o terrorismo, defender a segurança” dos franceses “e garantir a proteção do território”.

Entretanto, em um país que está em plena campanha eleitoral visando as votações de abril e maio, a candidata de extrema-direita Marine Le Pen atacou o governo. “Nosso governo está ultrapassado, desconcertado, paralisado, como um coelho em frente ao farol de um carro”, afirmou Le Pen durante um comício no qual condenou “a covardia de toda a classe política diante do fundamentalismo islâmico”. O primeiro-ministro, Bernard Cazeneuve, criticou as declarações e pediu à candidata que se comporte com “dignidade”. “A senhora Le Pen opta pela ofensa” diante de um “acontecimento grave”, lamentou.

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