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O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, enviou ontem condolências aos descendentes dos armênios mortos há 100 anos pelos turcos otomanos, mas não admitiu que tenha havido um genocídio, como pedem os armênios.

Davutoglu disse que a Turquia “compartilha” da dor dos armênios e anun­ciou que será realizado um evento no Patriarcado Armênio em Istambul para lembrar as vítimas.

A mensagem conciliadora foi enviada dias antes dos eventos que marcarão o centenário do episódio, em 24 de abril. Davutoglu criticou os esforços para pressionar o governo turco a reconhecer um genocídio. “Reduzir isso a uma única palavra, para jogar toda a responsabilidade sobre a nação turca”, disse, “e combinar isso com um discurso de ódio é legal e moralmente problemático”.

Os armênios fazem uma campanha pelo reconhecimento do genocídio, enquanto a Turquia busca evitar que mais países reconheçam o massacre oficialmente como genocídio.

Historiadores estimam que até 1,5 milhão de armênios foram mortos por turcos otomanos na época da Primeira Guerra Mun­dial (1914-1918). Vários pesquisadores se referem ao caso como o primeiro genocídio do século 20. A Turquia diz que o número de mortos foi exagerado e que havia uma guerra civil e outros distúrbios.

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Ontem, o governo alemão recuou de sua firme recusa de usar o termo genocídio para descrever o massacre de 1,5 milhão de armê­nios, depois da pressão de membros do Parlamento. A Alemanha é o principal parceiro da Turquia na União Europeia e o país europeu com o maior número de cidadãos turcos.

Com a decisão de ontem, a Alemanha se junta a outras nações e instituições, incluindo França, o Parlamento Europeu e o papa Francisco, que usam o termo genocídio, condenado pelo presidente turco, Ta­yyip Erdogan.

A Alemanha resistiu por muito tempo ao uso do termo, mas a aliança governamental da chanceler Angela Merkel sofreu pressão de parlamentares que planejavam usar a palavra em uma resolução. Na semana passada, o papa Francisco usou o termo genocídio, gerando uma resposta furiosa da Turquia, que convocou de volta seu embaixador no Vaticano, em protesto.

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