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Imigrantes em embarcação que naufragou perto da Ilha de Rodes, na Grécia: Itália resgatou 8 mil pessoas na semana passada. | Loukas Mastis /EFE
Imigrantes em embarcação que naufragou perto da Ilha de Rodes, na Grécia: Itália resgatou 8 mil pessoas na semana passada.| Foto: Loukas Mastis /EFE

Pelo menos três barcos afundaram ontem, um dia depois daquela que pode ter sido a maior tragédia envolvendo uma embarcação com imigrantes no Mar Mediterrâneo — no domingo, um barco naufragou e o número de mortos pode chegar a 950. A série de naufrágios levou chanceleres da União Europeia (UE) a prometeram agir mais para impedir a morte de imigrantes, adotando medidas que preveem o aumento de operações de resgate e de captura de traficantes de pessoas que atuam na África.

Itália pede combate a traficantes de pessoas para conter fluxo

O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, disse ontem que estuda realizar intervenções contra traficantes de pessoas na Líbia como uma das ações para tentar diminuir o fluxo de imigrantes no mar Mediterrâneo.

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Muitos governos europeus têm sido relutantes em financiar as operações de resgate no Mediterrâneo, por medo de incentivar mais pessoas a fazerem a travessia, mas agora enfrentam indignação de suas populações com as mortes.

A chefe de política externa da UE, a italiana Federica Mogherini, disse que o bloco europeu não tem mais desculpas diante da imigração. “Já é demais. A UE não tem mais desculpa. Precisamos de uma verdadeira política migratória, de medidas imediatas”, disse Mogherini antes de uma reunião de ministros das Relações Exteriores do bloco.

Ela afirmou ainda que está determinada a construir um “senso comum de responsabilidade” para enfrentar a crise, e que os dirigentes da UE estão considerando uma cúpula de emergência em Bruxelas nesta semana.

Os ministros das Relações Exteriores fizeram um minuto de silêncio no início da reunião. “O que está em jogo é a reputação da União Europeia”, afirmou o ministro das Relações Exteriores italiano, Paolo Gentiloni, ao chegar à reunião de chanceleres, em Luxemburgo. “Não podemos ter uma emergência europeia e uma resposta italiana”, completou.

Ontem, o chefe de direitos humanos da ONU, Zeid Ra’ad Al Hussein, disse que, se nenhuma medida for adotada, o Mediterrâneo será “um grande cemitério”.

Até agora, os países do Norte da UE têm deixado a maior parte das operações de resgate para os Estados do sul, como a Itália. Na semana antes da tragédia do fim de semana, a guarda costeira italiana resgatou quase 8 mil imigrantes no Mediterrâneo.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que ficou consternada com o desastre de domingo. Já o primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que era “um dia negro para a Europa”, acrescentando que busca e salvamento são apenas uma parte do trabalho.

Novos naufrágios

Ontem, Malta e Itália tentavam resgatar outros dois barcos, com um total de 400 pessoas, na costa da Líbia. Outro barco afundou perto da ilha grega de Rodes. Pelo menos 20 pessoas morreram. Cerca de 3,5 mil pessoas morreram no Mediterrâneo em 2014, de acordo com as Nações Unidas.

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