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Barco se aproxima de embarcação em que foram encontrados 30 imigrantes mortos, perto da Sicília. | ASB/DN/Antonio Parrinello
Barco se aproxima de embarcação em que foram encontrados 30 imigrantes mortos, perto da Sicília.| Foto: ASB/DN/Antonio Parrinello

De seu iate de quase 40 metros, Christopher e Regina Catrambone se mobilizam para preencher o vácuo que, segundo eles, foi deixado pela resposta ineficaz da Europa à crise de imigrantes no Mar Mediterrâneo.

Os empresários do setor de seguros de Malta estão entre as legiões de voluntários que trabalham para a Guarda Costeira italiana e para organizações não governamentais na tentativa de salvar vidas e atender às necessidades de imigrantes que sobrevivem à difícil travessia partindo da Líbia.

600 mil euros

é o custo operacional mensal da Moas, criada pelo casal Catrambone. Em seu primeiro ano, a entidade de assistência foi financiada pela família. No ano passado, eles lançaram uma “vaquinha” pela internet.

O casal fundou em 2013 a Estação de Ajuda Offshore do Imigrante (Moas, na sigla em inglês), sediada em Malta, após um naufrágio que matou 366 pessoas perto da costa de Lampedusa, e se preparam para um giro de seis meses.

“Ninguém merece morrer no mar em tal estado de desespero”, afirmou Regina Catrambone, falando do iate Phoenix, ancorado no estaleiro Marsa, perto de Valeta, a capital de Malta.

O casal Catrambone tem a companhia de pessoas como Giuseppe Pomilla. O médico da organização humanitária Cavaleiros Católicos de Malta estava a bordo do veleiro Gregoretti, da Guarda Costeira italiana, enquanto eram feitos os primeiros socorros nos 28 sobreviventes do pior desastre já ocorrido com imigrantes no Mediterrâneo, o naufrágio do navio que matou cerca de 800 pessoas no dia 19 de março. Apenas 24 corpos foram recuperados.

Plano

A Organização das Nações Unidas aprovou o plano da União Europeia para triplicar sua missão no Mar Mediterrâneo. Os recursos serão comparáveis à missão italiana Mare Nostrum, encerrada há seis meses.

Pomilla, de 30 anos, lembra-se de ter visto um menino entre os cadáveres. “Só percebi que estava vivo quando ele nos agarrou de repente”, conta. “Nós o levamos a bordo do navio Gregoretti e ele irrompeu em lágrimas.”

Os voluntários também incluem Ibrahima D’Amic, de 21 anos, um refugiado muçulmano do Senegal resgatado de um barco inflável em 2013, perto da Sicília. Hoje, ele distribui sanduíches e ajuda os que chegam.

D’Amic trabalha com a Comunidade Sant’Egidio, um grupo de ajuda católico que auxilia os refugiados. Ele é frequentemente visto à noite entregando comida aos sem-teto nas ruas de Catânia, enquanto espera por uma resposta para seu pedido de asilo. Entre suas tarefas, também prepara kits para os recém-chegados, com escovas de dentes e outros itens básicos.

A entidade Moas surgiu como resposta a um pedido do próprio papa Francisco.

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