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| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Não importa o quão alto você esteja, a lei ainda está acima de você”. Foi com essa frase do historiador britânico Thomas Fuller que o juiz Sérgio Moro terminou a sentença de Luis Inácio Lula da Silva.

Utilizando-se do ditado escrito no século XVII, Moro dá a dimensão do significado da condenação de Lula. Mostra ao líder máximo de uma “força revolucionaria” que a lei é para todos e pode deter a ação criminosa. Ora, a história comprova que o Partido dos Trabalhadores, assim como outras organizações alinhadas a ideias atrasadas do socialismo, têm desprezo a qualquer ordenamento jurídico. Para isso, basta lembrar que o PT negou a Constituição Federal de 1988. Parlamentares ligados à legenda se recusaram a participar da homologação coletiva da nossa Carta Magna.

O objetivo do PT e seus puxadinhos que seguem a cartilha de Marx é justamente instaurar o caos para alterar o status quo e tentar moldar a sociedade de acordo com o que pensam. Prova disso é que não é difícil encontrar petistas que justificam os desvios bilionários da Petrobrás afirmando que os ícones do partido roubaram para um projeto e não para ficarem ricos. Isso é verdade em parte. As investigações mostraram que uma fração do dinheiro desviado foi para campanhas políticas dos petistas, ou seja, para garantir o projeto de poder da legenda da estrela vermelha. A parte mentirosa é que os dirigentes ficaram milionários sim. A Polícia Federal encontrou, por exemplo, valores expressivos nas contas do ex-ministro Antonio Palocci e imóveis luxuosos em poder de José Dirceu e sua família.

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A Lava Jato comprovou de forma cabal que o PT operou uma verdadeira máquina de desvios para se manter no poder, inspirados talvez nos ditadores soviéticos que faziam o que tivesse que ser feito para garantir que as ideias do partido fossem implementadas.

A decisão de Moro tem outro efeito importante: dá fim ao falso mito do “Lula dos pobres”.

Aliás, não há símbolo melhor de ostentação de riqueza do que um triplex milionário à beira mar. Como a esquerda não tem qualquer compromisso com a realidade comprovada nos autos, agora tentam colar uma narrativa que Luis Inácio foi condenado sem provas. A verdade é que o processo tem um aparato probatório farto e robusto. Há documentos, testemunhas e circunstâncias que demonstram que o petista recebeu R$ 2,25 milhões de propina da construtora OAS por meio do imóvel.

A condenação a 9 anos e 6 meses de prisão de Lula é um dos maiores símbolos da Lava Jato, mas é importante lembrar que a operação é muito maior do que isso. O radar dos investigadores monitora todo o tipo de poderosos. Basta puxar a lista dos punidos pelas sentenças de Moro: o príncipe das empreiteiras Marcelo Odebrecht, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e mais de uma centena – são 159 condenações até agora – de ladrões de colarinho branco.

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Os resultados da Lava Jato são um patrimônio da sociedade brasileira. A operação mostra finalmente que a lei pode e deve ser aplicada aos poderosos que historicamente passaram incólumes por seus erros. Os ventos soprados da “República de Curitiba” mostram que o velho jargão de que no Brasil só se prende pobre, preto e prostituta está com os dias contados. Basta ver que a primeira condenação de um ex-presidente da República ocorre ao mesmo tempo em que pela primeira vez um presidente em exercício é denunciado por crime supostamente cometido durante o mandato.

É uma vitória da nação a condenação de um corrupto que ocupou a presidência, mas isso é só o começo. A guerra ainda está sendo travada. Não nos esqueçamos de que o também condenado José Dirceu foi flagrado há poucos dias em um áudio de celular dizendo à militância lulopetista que continua “Firme, de pé e na luta” e que quer retomar o governo do Brasil. Zé, Lula e todos os outros condenados precisam ser presos, só as grades vão conter suas sanhas criminosas. Os desembargadores do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre – segunda instância da Lava Jato – precisam ser rápidos para libertar o Brasil da impunidade.

Paulo Eduardo Martins é jornalista e Deputado Federal suplente.
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