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Nas palavras do ditador russo Stalin, “aqueles que votam não decidem nada. Aqueles que contam os votos decidem tudo”. Você confia nas nossas urnas eletrônicas? Eu não!

Em um país em que as autoridades – não todas, diga-se de passagem; mas muitas, diga-se também de passagem – se envolvem em todo tipo de roubos, desvios e crimes, seria muita ingenuidade imaginar que estas mesmas autoridades seriam necessariamente honestas nas eleições. Pode ser que sejam; não sei. Na dúvida, prefiro que as urnas eletrônicas não apenas façam o registro digital, mas imprimam os votos.

O sistema é simples: após o registro eletrônico, o voto é impresso em papel, verificado pelo eleitor e depositado em uma urna para posterior conferência. É o chamado voto impresso conferível pelo eleitor (Vice) ou urnas eletrônicas de segunda geração. Houve um teste com este sistema no Brasil em 2002, que fracassou por falhas de planejamento, mas o sistema é perfeitamente viável e adotado por países como Bélgica, Estados Unidos e Canadá.

Deste modo ficaríamos com o melhor dos dois mundos, ou seja, a velocidade da apuração eletrônica e a confiabilidade do voto em papel que pode ser auditado e conferido pelo cidadão comum, mesmo sem conhecimentos especializados de informática.

O Brasil é, pasmem, o único país do mundo com votação eletrônica sem a confirmação impressa individual do voto. Somos o único país do mundo que ainda utiliza as urnas de primeira geração.

Existe também um sistema de terceira geração que está sendo testado EUA, Israel, Equador e Argentina, em que os votos são escaneados e criptografados com recursos que permitem acompanhar e conferir a apuração.

O Brasil é o único país do mundo com votação eletrônica sem a confirmação impressa individual do voto

Finalmente, outra alternativa para nos proteger das urnas de primeira geração e de suas potenciais fraudes é abandonar por completo a apuração eletrônica e fazer a votação apenas em papel. A Alemanha, a Holanda e a Inglaterra fizeram isso; optaram por uma apuração mais lenta, porém mais confiável.

Temos, portanto, ao menos três alternativas: as urnas de segunda geração, as de terceira geração ou o retorno ao voto apenas no papel. Qualquer uma delas pode nos salvar da tirania das fraudes.

Como já mencionei, não posso afirmar que existam fraudes, mas o atual sistema as torna possíveis. Dado o histórico de conduta de nossas autoridades em outras questões, vide mensalão, petrolão e companhia, a prudência recomenda um sistema mais seguro.

Convido o leitor a cobrar do Congresso Nacional que, em defesa da democracia, esta questão volte à pauta urgentemente!

Alan Schulp Sant’Anna é escritor e palestrante.
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