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| Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP

Arrisco dizer que somente os atuais ocupantes de cargos políticos e seus dependentes querem que a política possa mudar para ficar do jeito que está, senão ainda piorar.

Uma pesquisa realizada pelo movimento Agora! com o Ideia Big Data aponta que 81% dos brasileiros pensam que a classe política não entende e não tem mais condições de atender as demandas que o país apresenta.

Mas que responsabilidade nós, cidadãos, temos com relação ao resultado da mudança em curso? Como podemos trabalhar contra isso, e não sermos cúmplices do que está em franca degradação? Como podemos nos mobilizar a favor de algo bom para o Brasil?

É preciso que a política seja parte do imaginário de cada um como uma via de reinvenção da vida pública

Na pesquisa, 59% dos brasileiros declararam que não vão votar em candidatos do PT, PSDB ou PMDB em 2018. Também 57% dos entrevistados acham que políticos citados na Lava Jato não merecem seu voto.

Mas, além de se livrar dos que alternam entre si o comando do país como forma de garantir seus interesses particulares, precisamos de uma regeneração da “praça pública”, do “ponto de encontro” dos cidadãos, da antiga “ágora” da democracia. Precisamos reconstruir a autoridade do poder público para resolver os problemas que temos.

Nesse sentido, os números da pesquisa são muito significativos: 79% dos brasileiros querem ver candidaturas de pessoas comuns nas próximas eleições. Ou seja, dois terços dos entrevistados desejam votar em cidadãos sem passado na disputa eleitoral e dissociados da “classe política” que aí está.

Esses dados reafirmam a responsabilidade da sociedade em mobilizar novos quadros para 2018. Não se trata somente do compromisso em desincentivar as práticas atuais e se desfazer dos políticos velhos. Mas também de cada brasileiro se perguntar, a essa altura do campeonato, se está disposto a participar do pleito eleitoral de 2018.

Da mesma autora:O jeitinho brasileiro e o jeitão de Dilma (10 de abril de 2017)

Nossas convicções:O princípio da subsidiariedade: menos Estado e mais cidadão

Pelo sim e pelo não, é preciso que a política seja parte do imaginário de cada um como uma via de reinvenção da vida pública.

O Agora! quer dialogar com os batalhadores do Brasil, os brasileiros que lutam contra todas as adversidades e têm atitude empreendedora. Queremos engajá-los na construção de uma nova visão e agenda de longo prazo para tornar o Brasil mais humano, simples e sustentável. Essas pessoas estão espalhadas por todo o país, em todos os setores da sociedade e não se sentem representadas pelos governos.

A proposta não é ser um partido. É preciso ser uma melhor sociedade. De batalhadores, que tomam as rédeas da própria história, resolvem os vácuos deixados pelo Estado de maneira criativa, e servem de exemplo para o país que desejamos ser no futuro, agora!

Natalie Unterstell, mestre em Administração Pública pela Universidade de Harvard, é cofundadora do Agora!
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