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Quando se fala em crescimento econômico, é preciso observar a existência de algumas premissas. De um lado, é necessário haver empreendedores com boas ideias dispostos a enfrentar os desafios do mercado; de outro, um ambiente propício, com políticas econômicas definidas que permitam um mínimo de segurança ao setor produtivo. Mas há ainda outro elemento fundamental: a existência de crédito para que os investimentos aconteçam. Sem recursos, nenhum negócio, por melhor que seja, consegue sair do papel.

É justamente aí que se inserem as instituições públicas de fomento, como o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Mas restringir a atuação do BRDE à oferta de crédito a quem produz seria desmerecer toda a sua história, pois a preocupação do banco vai além de oferecer aos empreendedores financiamentos com condições atrativas. Desde a criação do BRDE, por iniciativa dos governadores Ney Braga, Celso Ramos e Leonel Brizola, em 15 de junho de 1961, a ideia era dar condições para que o desenvolvimento do Sul fosse realidade. Na época, o eixo Rio-São Paulo dominava a economia nacional. Havia pouco incentivo para que as outras regiões do país recebessem investimentos e pudessem impulsionar suas economias locais. A desigualdade regional era gritante.

A história do BRDE não é apenas a história de um banco, mas de um ideal

Com a criação do BRDE, os estados do Sul obtiveram uma vitória regional contra a centralização econômica que até então predominava e passaram a ter um instrumento próprio e independente para apoiar o setor produtivo. Desde sua fundação, o banco trabalhou ativamente nos grandes projetos que ajudaram a definir o perfil econômico da Região Sul. No Rio Grande do Sul, por exemplo, acompanhou a consolidação do complexo soja, do Polo Petroquímico Sul, da indústria do couro; em Santa Catarina, apoiou as empresas do setor têxtil e cerâmico; no Paraná, é um dos grandes parceiros do agronegócio e das cooperativas, tendo financiado R$ 890,9 milhões para as cooperativas paranaenses apenas no ano passado.

É claro que nesta história de pujança em prol do desenvolvimento regional não faltaram momentos dramáticos e golpes duros contra a instituição, como seu quase fim no final da década de 1980. Mas, assim como acontece com as pessoas, que ao longo da vida aprendem com as dificuldades a serem mais fortes, nossa instituição também tem vencido as crises e mostrado que, com trabalho sério e comprometimento, é possível contornar as limitações e crescer sempre.

Nossa missão, de promover e liderar ações de fomento para o desenvolvimento econômico e social de toda a Região Sul e do Mato Grosso do Sul, não é apenas um lema, mas uma realidade. Somente em 2015 o banco realizou 6.965 operações de crédito, totalizando R$ 2,84 bilhões liberados a empreendimentos de todos os portes e setores da economia. No Paraná, foi R$ 1,53 bilhão em financiamentos, o que resultou na criação de 7.505 postos de trabalho e geração de R$ 390 milhões em ICMS para os municípios.

Esses e outros resultados comprovam que a história do BRDE não é apenas a história de um banco, mas de um ideal, do compromisso do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e, mais recentemente, do Mato Grosso do Sul com o desenvolvimento. É uma história que há 55 anos vem dando certo e que certamente vai continuar por muitas gerações.

Orlando Pessuti, ex-governador do Paraná, é diretor administrativo do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
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