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Nada como um dia após o outro para que a verdadeira face do governo de Carlos Alberto Richa (PSDB) seja revelada aos cidadãos deste estado. Durante quatro anos, o governador Carlos Alberto fez crer aos paranaenses que era um fenômeno em administração pública. Com verbas de publicidade à vontade e apresentando-se como “vítima” do governo Dilma Rousseff, reelegeu-se no primeiro turno. Qual não foi a surpresa dos seus eleitores quando, 60 dias após a eleição, afirmou não ter caixa para honrar os compromissos do estado.

A solução do governador foi punir a população, por meio de um brutal aumento de impostos que atingiu mais de 95 mil itens, além de se apropriar, desde maio de 2015, de R$ 142,5 milhões mensais do fundo de previdência dos servidores públicos estaduais. Após justificar que essa trama era necessária para colocar o estado nos eixos, voltou aos meios de comunicação para dizer que estava superada a crise. E que o Paraná era novamente um sucesso.

Como em toda administração pública, a questão é de prioridade

Uma questão de responsabilidade

Mesmo em condição privilegiada, avaliamos as dificuldades de assumir novas despesas com o pagamento de promoções e progressões devidas

Leia o artigo de Valdir Rossoni, secretário-chefe da Casa Civil.

Entretanto, de novo, há uma semana, eis que o governador vem a público com a antiga ladainha de que o Paraná está quase insolvente. E anuncia que não pretende pagar, em janeiro do próximo ano, a reposição salarial que negociou com os servidores públicos.

Nunca sabemos quando está falando a verdade. Ora o governador vai aos meios de comunicação propagar que este é o estado com as finanças mais equilibradas do país, que fez a lição de casa e que tudo está sob controle. Ora diz que não tem maquininha para fabricar dinheiro e que a situação está difícil. E, para compartilhar a responsabilidade da rasteira nos servidores, o governador recorre à ajuda de entidades empresariais que passam a pedir sacrifícios aos trabalhadores do setor público, alegando que a crise precisa ser dividida por todos.

Nós não iremos fazer este pacto de mediocridade. Como falar em austeridade sem assinar as CPIs para investigar desvios bilionários na Receita Estadual e na área da educação?

O governo tem recursos, sim, para recompor os salários. Mantém grande número de cargos comissionados e benesses, como aluguel de aeronaves. Também usufrui dos benefícios da renegociação da dívida do extinto Banestado, que proporciona uma folga de caixa estimada em R$ 500 milhões ao ano, além de ter acesso aos depósitos judiciários e empréstimos externos.

Como em toda administração pública, a questão é de prioridade. O governador tenta chantagear deputados, sociedade e servidores com o argumento da falta de recursos, mas, por coincidência, em período pré-eleitoral, atende às demandas da base de prefeitos e deputados. Para o governador do Paraná, ao que parece, o importante é garantir as condições de vitória nas urnas para aqueles que vão carregar seu projeto político de 2018. Os demais que se danem – inclusive a população que depende dos serviços públicos executados por esses servidores que terão seus salários aviltados, se o governador conseguir o que quer.

Nós esperamos que não se repita a falta de bom senso de 2015, que acabou no massacre de 29 de abril. E que a Assembleia Legislativa saiba dizer não às pretensões do governador Carlos Alberto.

Tadeu Veneri é deputado estadual pelo PT.
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