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Há um século as mulheres não podiam votar. Há menos de três décadas, o mundo ainda se dividia na Guerra Fria. A média de vida brasileira, no começo do século passado, era de 41 anos.

Avançamos tanto! Mas, depois de Colônia Lusa, Império de Pedro, República Velha, ditadura de Getúlio, República Nova, ditadura militar, Nova República, governos social-democratas, de centro e de esquerda, os poderes e serviços públicos continuam enojando a cidadania.

Agora vai se esgotando por improdutivo e podre o atual sistema híbrido do pior esquerdismo com o pior capitalismo.

O Código Penal continua sendo o paraíso para os criminosos.

A Constituinte Cidadã poderá colocar a democracia de volta à sua caminhada de acertos

Os conselheiros dos Tribunais de Contas são indicados pelos governadores cujas contas irão examinar, como a Presidência da República indica os ministros do Supremo, num escuso conluio de poderes que o Executivo também mantém com o Legislativo.

O funcionalismo é caro e pouco funcional, com suas privilegiadas aposentadorias causando o rombo da Previdência. O primeiro-ministro da Inglaterra tem menos assessores de confiança que um vereador brasileiro.

Mas a democracia é isso mesmo, caminhada, processo de derrocadas e avanços. Como desatar esse nó que trunca a caminhada?

Mario Braga sugeriu, neste espaço, uma assembleia nacional constituinte formada por cidadãos sem relação com os partidos atuais, modelo inédito no mundo, mas bastante adequado para nosso caso. Do contrário, será cair novamente na cilada de deixar as raposas tomarem conta do galinheiro.

Para acabar com os políticos profissionais, só acabando com a reeleição – para todos os cargos, de modo que quem queira se perpetuar no poder terá de se eleger vereador, prefeito, deputado estadual, federal, senador e presidente. Eles aprovariam lei assim?

Salários públicos com aumentos proporcionais ao do salário mínimo. Redução de assessorias ao mínimo. Equiparação das aposentadorias públicas e privadas. Transparência total on-line e em tempo real das contas públicas, coisa perfeitamente possível hoje. Políticos profissionais aprovariam leis assim?

Mas é só com leis assim que desataremos o nó. Sem isso, “fora Dilma” não resolverá, como não resolveu “fora Collor”. A Constituinte Cidadã poderá colocar a democracia de volta à sua caminhada de acertos e melhorias, nem para a esquerda, nem para a direita, mas em frente!

Domingos Pellegrini é escritor.
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