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 | Josue Teixeira
| Foto: Josue Teixeira

O Paraná registra, atualmente, o menor índice de mortalidade infantil da história. O número de mortes infantis foi reduzido em 14% desde 2010. Hoje, na média do estado, são registradas 10,49 mortes de bebês a cada mil nascidos vivos. As regiões de Paranavaí, Francisco Beltrão, Cianorte, Toledo, União da Vitória, Telêmaco Borba e Maringá já apresentam índices menores que 10, semelhantes aos de países desenvolvidos.

Mais que números expressivos, o dado mostra que, de 2011 para cá, pelo menos 634 vidas de bebês foram salvas graças às ações desenvolvidas pela Rede Mãe Paranaense, programa considerado o carro-chefe do governo do estado na área da saúde. A estimativa leva em conta as mortes infantis que poderiam acontecer caso fossem mantidos os números de 2010.

Apesar do bom desempenho, não podemos parar por aí. A meta agora é reduzir este índice médio a um dígito. O desafio é grande e só poderá ser alcançado se tivermos uma boa integração entre governantes, gestores, diretores de hospitais e maternidades e, principalmente, profissionais de saúde. São estes atores que fazem a diferença na rede pública de saúde.

No ano de 2016, conquistamos também números de destaque em relação à mortalidade materna. A redução foi de 29%. Usando a mesma lógica da mortalidade infantil, o número de mortes evitadas chega a 182 mães. Vidas poupadas, mulheres que não morreram no parto ou no período de gestação.

Os resultados são atribuídos à coesão de dois fatores. O primeiro é a implantação da Rede Mãe Paranaense, em 2012. O programa propõe a organização da atenção materno-infantil nas ações do pré-natal, parto e puerpério, além do acompanhamento do crescimento e de desenvolvimento das crianças, especialmente no primeiro ano de vida.

De 2011 para cá, pelo menos 634 vidas de bebês foram salvas graças às ações da Rede Mãe Paranaense

Essa rede de atendimento oferece ainda consultas, exames, a classificação de risco das gestantes e das crianças, ambulatório especializado e o parto em hospital credenciado. Hoje, toda gestante tem a garantia de um atendimento qualificado em qualquer região do estado, sendo assistida pela equipe que melhor se adequa ao seu caso.

Em seis anos, o programa recebeu investimento de mais de R$ 630 milhões. Hoje, 160 maternidades e hospitais integram a rede formada pelo programa – 30 deles são referências em gestação de alto risco. Foram implantados, ainda, 18 Centros Mãe Paranaense. Nas regiões onde não há um centro, as gestantes e bebês são atendidos em ambulatório hospitalar e todas as 22 regionais de saúde do estado dispõem de atendimento especializado.

Os investimentos do estado são outro fator preponderante para o sucesso do programa e os resultados históricos, tornando o Paraná referência no Brasil em saúde pública. Em pouco mais de seis anos, o governo do Paraná investiu R$ 15 bilhões em ações, programas e iniciativas na área da saúde. Para efeito comparativo, em dez anos da gestão anterior, foram investidos cerca de R$ 6,7 bilhões. Além dos investimentos vultosos, um grande planejamento, ações, programas qualificados e uma equipe dinâmica garantem a melhoria dos índices no Paraná. Ou seja, o estado faz mais do que o possível para garantir a boa saúde de sua população, apesar de que sabermos que é preciso avançar mais e há muito ainda a ser feito.

Leia também: Saúde: um retrato do Brasil (artigo de Francisco Balestrin, publicado em 9 de janeiro de 2016)

Outro fator fundamental refere-se à qualificação contínua dos profissionais da área hospitalar e também da atenção básica de saúde. Entre as ações estratégicas, criamos comitês de governança nas macrorregiões para tratar dos desafios e ferramentas para qualificação dos profissionais. Com isso, conhecemos a realidade de cada região e direcionamos o foco de acordo com a demanda de cada grupo de profissionais. No caso do Mãe Paranaense, o comitê de governança reúne gestores estaduais, regionais e municipais com os prestadores de serviços da área materno-infantil da região para analisar os principais gargalos e interferir no processo de atendimento às gestantes e bebês.

Todas estas ações programáticas, planejamento e os investimentos históricos têm causado efeito positivo e proporcional ao trabalho desenvolvido pelo estado. Os índices de mortalidade infantil caem diariamente e o sistema de saúde do Paraná projeta-se como um dos melhores de todo o Brasil, atendendo com qualidade, eficiência e respeito os paranaenses.

Michele Caputo Neto é secretário de Saúde do Paraná e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
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