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Felipe Lima

O Ocidente, com tudo o que ele representa em termos de valores, está sob ataque. As liberdades individuais, a democracia, o império das leis, cada um dos pilares que sustentam o mundo civilizado tem sido alvo do ódio dos fanáticos muçulmanos. E como os ocidentais reagem? Com coragem e firmeza na defesa desses valores? Não. Com um acovardado relativismo moral que quase pede desculpas ao inimigo.

C.S. Lewis expôs a contradição desse relativismo em Cristianismo puro e simples: “A intenção da discussão é mostrar que o outro lado está errado. Não haveria sentido em demonstrá-lo se você e ele não tivessem algum tipo de consenso sobre o que é certo e o que é errado, da mesma forma que não haveria sentido em marcar a falta de um jogador de futebol sem que houvesse uma concordância prévia sobre as regras do jogo”.

Ou seja, só é possível existir discussão, ou debate civilizado, quando o relativismo não se faz presente. Com ele, o que resta é uma espécie de “vale tudo”. No limite, o relativismo leva à agressão, ao ataque físico, justamente porque o debate calcado em argumentos foi suspenso, por ser considerado desnecessário ou inviável. O Islã radical não quer conversa: quer nos destruir. Não aceita nossos valores. E encontra no próprio relativismo ocidental um aliado e tanto.

A esquerda chega a colocar a culpa do terrorismo no próprio Ocidente, e não no Islã radical

“Tolerância não significa renunciar a todas as opiniões que outros podem considerar ofensivas”, diz Roger Scruton em Como ser um conservador. Toleramos justamente aquilo que não apreciamos, que desaprovamos. Ele continua: “Tolerância significa estar preparado para aceitar opiniões pelas quais temos forte aversão. Do mesmo modo, democracia significa aceitar ser governado por pessoas por quem nutrimos repugnância profunda. Isso só é possível se mantivermos a confiança na negociação e no desejo sincero, entre os políticos, de compromisso com os adversários”.

Ou seja, para existir a verdadeira tolerância, antes é necessário haver concordância quanto aos métodos do debate e seu resultado final. É preciso apostar nas regras do jogo. Não há como nazistas e comunistas participarem da democracia pois eles não aceitam a democracia, são antidemocráticos em sua essência. “Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os intolerantes, senão corremos o risco de destruição de nós próprios e da própria atitude de tolerância”, resume Karl Popper.

Os “progressistas” ocidentais hoje têm agido com excessiva “tolerância” para com aqueles que não respeitam nossas regras e desejam nos destruir. A esquerda chega a colocar a culpa do terrorismo no próprio Ocidente, e não no Islã radical. E essa turma acha que será deixada em paz se acender velas, escrever cartazes bonitinhos ou pedir desculpas por existir.

Essa covardia só vai alimentar mais a ousadia do inimigo. É como se em plena Segunda Guerra Mundial os franceses e britânicos fizessem protestos para alegar que nem todos os alemães eram nazistas. O Ocidente hoje está mudado, bem mais afeminado, com “homens” que acham que vão enfrentar os estupradores muçulmanos com saias e batom, em vez de armas. Como foi que chegamos a esse ponto tão patético?

Para não “ofender” os malucos de turbante, o Ocidente tem sacrificado seus mais caros valores e princípios, cuspido em seu próprio legado, que representa nada menos do que a civilização mais avançada que já tivemos. Chegará o momento em que intelectuais ocidentais defenderão não celebrarmos mais o Natal, para não “ofender” o Islã e ficarmos em paz.

O que falta é coragem, convicção moral, determinação para defender o que é nosso e valioso. Diante da covardia dos “progressistas”, o vácuo será ocupado pela direita nacionalista e religiosa, a única com estamina suficiente para enfrentar o inimigo. Quem viver verá. E um Feliz Natal a todos!

Rodrigo Constantino, economista e jornalista, é presidente do Conselho do Instituto Liberal.
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