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Esses dias que antecedem um feriadão são oportunos para lembrar que novamente o terror dos veranistas que têm residências de veraneio, principalmente em Guaratuba, está se aproximando.

A maldita travessia do ferryboat na Baía de Guaratuba continua a ser o maior entrave para os paranaenses que desejam merecidamente uns dias de descanso nas praias de Guaratuba e outras que dependem da famigerada travessia. De nada vai adiantar a empresa concessionária colocar mais uma embarcação; o caos vai ser o mesmo: filas enormes, estresse das famílias, acidentes em virtude da pressa de chegar o quanto antes ao purgatório (quase inferno) da travessia. Somente neste feriadão prolongado da Independência mais de 180 mil pessoas passarão por essa provação, que ainda inclui a descida pela BR-376 – extremamente perigosa, com vários acidentes quase todos os dias – e os engarrafamentos infernais na ida e vinda da rodovia entre Garuva e Guaratuba.

E mais uma vez vem a pergunta que não quer e não deve calar: por que a ponte sobre a Baía de Guaratuba não sai das promessas de campanha de todos os governadores que já passaram por este estado? Por que no segundo mandato o governante se esquece completamente desse problema que afeta a população e os comerciantes de Guaratuba, bem como os veranistas que para lá se dirigem nas temporadas e feriadões? São perguntas que jamais tiveram uma resposta convincente.

Por que a ponte sobre a Baía de Guaratuba não sai das promessas de campanha?

Nem questionamos o valor da taxa de travessia – hoje em R$ 5,70 para automóveis e camionetes, o que é muito caro, aliás como todos os pedágios do Paraná – e que até poderia continuar a ser cobrado pela empresa vencedora da sonhada licitação para a construção da ponte. A tarifa de nossos pedágios, principalmente na BR-277, é um verdadeiro assalto aos contribuintes que já pagam tantos impostos, principalmente o IPVA, que seria o imposto para custear as manutenções das rodovias.

Enfim, só resta aos humildes mortais – que não têm à sua disposição helicópteros e jatinhos para fugirem das filas homéricas nas rodovias em épocas de feriadões, Natal, réveillon e carnaval – a indignação com a classe política paranaense, principalmente com a Assembleia Legislativa, que nem sequer tem a coragem de propor ao Executivo o envio de um projeto de lei para lançar uma concorrência pública para a construção dessa obra. Nossos deputados certamente estão preocupados com outros quesitos (com a reeleição ou as eleições de prefeitos e vereadores) e não dependem da humilhação na travessia do ferryboat da Baía de Guaratuba, pois suas mansões estão nas praias de Santa Catarina e em outras localidades.

A pressão popular tem a força de mudar essa situação. Os comerciantes do município de Guaratuba têm muito a ganhar com a construção dessa ponte, pois a cidade somente não se desenvolve ainda mais em virtude da incerteza e dificuldade dos veranistas em frequentar a cidade nas épocas das férias escolares, feriadões e alta temporada.

Até que a classe política paranaense acorde e resolva trabalhar em prol da população, sugiro que os veranistas que seguirem para a travessia do ferryboat da Baía de Guaratuba levem consigo um saboroso chimarrão, farofa de galinha, pipoca, amendoim torrado, um terço devidamente benzido com 50 ave-marias e muita, muita paciência para as várias horas de espera na travessia.

Ernesto José da Silva é professor, mestre em Contabilidade e Finanças Públicas.
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