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 | Henry Milleo/Gazeta do Povo
| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

São extremamente preocupantes os sinais de que os chamados “movimentos sociais” estão organizados para o enfrentamento com os poderes constituídos em defesa de suas pautas obscuras, com o único objetivo de tumultuar o ambiente de paz em que vive o país após o difícil, mas democrático, processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Tais movimentos têm se mostrado intransigentes na defesa de suas causas e pouco se importam, em seu radicalismo ideológico, com os reais interesses da população brasileira, que acaba de demonstrar nas urnas seu cansaço com a demagogia populista e com a experiência esquerdizante que tantos males causou ao país. Pouco importa às lideranças desses movimentos a grave crise que afeta o nosso Brasil. Seu interesse é tumultuar o ambiente democrático.

Fazer cumprir a lei é defender a população contra os abusos de minorias antidemocráticas

No Paraná e em vários estados brasileiros, estamos assistindo a um triste espetáculo encenado por grupos radicais que, embora minoritários, têm uma grande capacidade de mobilização e de causar estragos – vide a ocupação das escolas públicas por estudantes, com uma justificativa vaga e incongruente de resistir à necessária reforma do ensino médio proposta pelo governo Temer e que ainda está em discussão.

Diante deste quadro, chama a atenção a relutância de nossas autoridades, em todos os níveis de governo, no enfrentamento de greves, paralisações e ocupações de escolas, edifícios públicos e universidades, como estas a que estamos assistindo. São perturbações que, no fim das contas, acabam por punir a própria população. A degradação institucional que vimos assolar o país nos últimos anos redundou, infelizmente, no enfraquecimento da autoridade, o que, em última instância, significa o próprio enfraquecimento das instituições democráticas.

Quando a autoridade se omite, descumpre suas obrigações e deixa de agir na preservação da lei e da ordem. A autoridade em nosso país acabou se tornando refém dos ditos “movimentos sociais”, que por sua vez contam com a complacência da academia e de boa parte da mídia (com exceções, é claro), que compra facilmente a tese dos radicais e parece sempre pronta a glorificar qualquer discurso que repita a velha cantilena da defesa dos fracos e oprimidos.

A violência e a desordem devem ser combatidas. Fazer cumprir a lei é defender a população contra os abusos dessas minorias. Democracia não é baderna. O Estado Democrático de Direito exige a plena liberdade de manifestação, mas também o respeito ao direito do outro e às instituições do poder. O povo brasileiro quer viver em paz.

Edson José Ramon, ex-presidente da Associação Comercial do Paraná, é presidente do Instituto Democracia e Liberdade (IDL).
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