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A Universidade Tecnológica Federal do Paraná celebra nesta semana dez anos de existência e possui em seu DNA o gene da transformação. Criada como Escola de Aprendizes Artífices em 1909, sofreu diversas mudanças ao longo de sucessivas décadas – Liceu Industrial do Paraná em 1937; Escola Técnica de Curitiba em 1942; Escola Técnica Federal do Paraná em 1959; Centro Federal de Educação Tecnológica em 1978; Universidade Tecnológica em 2005). Por muitos conhecida e ainda carinhosamente chamada de Cefet, tem hoje 13 câmpus distribuídos em todo o estado do Paraná, e que abrigam mais de 31 mil alunos em mais de duas centenas de cursos de nível técnico, de graduação e de pós-graduação.

O que impressiona, entretanto, não são os números em si, mas sobretudo a velocidade com que estes foram alcançados neste último decênio. Tal evolução deve-se em grande parte ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), instituído em 2007 pelo governo federal. Tal plano tinha como principais metas a ampliação de vagas em cursos de graduação, a promoção de inovações pedagógicas e o combate à evasão escolar. Sobretudo chama atenção o fato de a instituição ter criado em anos recentes, com o apoio de deputados e senadores da bancada paranaense, seis novos câmpus, levando ensino gratuito e de qualidade ao interior do estado.

Nenhuma nação atingiu elevado patamar de desenvolvimento e bem-estar social sem pesados e contínuos investimentos na área educacional

O Reuni não apenas permitiu a expansão de sua infraestrutura, mas sobretudo o crescimento e a renovação de seu quadro de funcionários e de docentes, com a contratação de novos professores, oriundos de diversas instituições, em muitas novas áreas e especialidades. Com viés preponderante na áreas de tecnologia, engenharia e ciências exatas, impressiona também a expansão na pós-graduação, com a oferta de 47 cursos em nível stricto sensu. Assim, focada até recentemente no ensino tecnológico, gradativamente vai trilhando o caminho da geração de conhecimento com um número crescente de professores trabalhando na área de pesquisa e também em extensão.

Entretanto, os números em si não revelam todas as suas facetas. Como em toda instituição que rapidamente se transforma, seja impulsionada por fatores externos, seja pela sua própria motivação interna, o novo deve conviver com o velho e vice-versa. Contudo, ambos devem aprender o caminho do entendimento e da convivência mútua, procurando sempre respeitar o oposto e superar, através do diálogo, suas divergências.

É inegável o impacto e inquestionável o valor que a educação traz na vida das pessoas e para a sociedade em que vivem. Nenhuma nação atingiu elevado patamar de desenvolvimento e bem-estar social sem pesados e contínuos investimentos na área educacional. Assim, os dez anos da UTFPR comemorados nesta semana nos permitem apenas vislumbrar o início de jornada de uma velha, mas ao mesmo tempo nova e vibrante instituição, cuja principal missão e compromisso é a formação de recursos humanos de excelência e de cidadãos que possam exercitar de forma exemplar os valores éticos e morais, tão carentes entre algumas lideranças de nossas esferas políticas e empresariais da atualidade.

Para concluir, de forma a marcar relevante data, a instituição, em justa homenagem, outorgará seu primeiro título Honoris Causa ao senador Cristovam Buarque, apoiador incondicional e artífice de sua transformação em universidade.

Alexandre Pohl, doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Técnica de Braunschweig (Alemanha), é diretor de Pesquisa e Pós-Graduação do câmpus Curitiba da UTFPR.
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