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 | Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo
| Foto: Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo

Com a decisão da Câmara Federal em apoio a Michel Temer, temos pela frente um ano e meio de governo e a possibilidade de aprovar algumas reformas, entre elas as da Previdência e a tributária. Não nos cabe mais criticar o Poder Legislativo, que exerceu seu papel, e sim nos prepararmos para a escolha do próximo presidente, governadores, senadores e deputados, sem emoção e com uma visão mais realista do Brasil e de seu futuro.

No momento, porém, creio que todos os brasileiros – e, particularmente, lideranças empresariais e trabalhistas – devem se valer desse período de estabilidade política que a decisão da Câmara Federal nos trouxe para alavancar a economia em busca do equilíbrio fiscal e financeiro que tanto almejamos. O governo Temer renasce das cinzas com uma certa garantia de governabilidade, o que projeta a chance de uma recuperação econômica com mais vigor. É uma chance ainda pequena, mas, para um país que enfrenta o desafio de criar milhares e milhares de empregos, eis que surge um caminho por onde podemos seguir em direção a uma democracia mais efetiva e duradoura.

O governo Temer renasce das cinzas com uma certa garantia de governabilidade

O momento é de agirmos para que não se interrompa o processo de combate à corrupção que se iniciou com a Operação Lava Jato e nos mostrou o lado mais negro das relações entre a política e alguns setores do capital privado. Mas, ao mesmo tempo, agirmos também para que o país não paralise à espera de novos fatos, novas denúncias, delações e prisões.

Temos dez anos praticamente perdidos na frenética instabilidade política que atingiu a economia e paralisou investimentos internos e externos. Como se sabe, o investidor se retrai ao menor sinal de que as regras estabelecidas para o mercado podem mudar de um dia para outro. E transfere rapidamente seu capital, sempre em busca de estabilidade. Se essa é a realidade para o investimento de curto prazo, imagine-se para os grandes projetos de infraestrutura, desenvolvidos e maturados no longo prazo. Quando se instaura a dúvida sobre a permanência de um governo com quem está se negociando, a retração imediata dos planos é previsível e até compreensível. E o Brasil se insere na economia de mercado; neste momento, mais do que nunca, precisa manter o espaço nas importações e exportações que conquistou e, ainda, garantir a confiança do investidor.

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Não podemos nos dar ao luxo de estacionar no tempo até que a crise política se dissipe por si mesma. Mesmo porque – isso já foi posto e divulgado em Brasília – não passaremos a navegar num mar de rosas a partir de agora. Enquanto isso, o brasileiro precisa de mais educação, mais saúde e infraestrutura, e só o desenvolvimento pode garantir tudo isso. E o desenvolvimento depende da nossa capacidade de movimentar a economia ao ponto de trazermos para o mercado de trabalho os mais de 13 milhões de brasileiros que esperam por emprego. Haverá mais recursos circulantes, consumo, esperança para o futuro. Por tudo isso, hoje, a geração de empregos é a prioridade que se estabelece de norte a sul e, principalmente, em Brasília.

Marcos Domakoski, ex-presidente da Associação Comercial do Paraná, é presidente do Movimento Pró-Paraná.
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