• Carregando...
 | Bloomberg
| Foto: Bloomberg

Mais um atentado terrorista. Desta vez em Manchester, num estádio com show voltado para adolescentes. Mais de 20 mortos, entre eles uma menina de 8 anos. Mais um muçulmano que justifica seu ato bárbaro com sua fé religiosa. O Estado Islâmico atesta: pode matar meninas “infiéis”, sim. E mais uma vez o Ocidente se acovarda: cuidado com a “islamofobia”!

Será que essa turma acredita mesmo que fotinhos no Facebook vão reverter a situação? É o resgate da velha pomba da paz, que ironicamente foi eternizada numa litografia de Picasso em homenagem aos carniceiros comunistas. Enquanto os pacifistas enchiam as ruas com camisetas brancas, os comunistas enchiam as valas de esqueletos. Hoje, o mesmo pessoal lota as redes sociais com imagens tristes e mensagens de “tolerância”, enquanto os terroristas muçulmanos explodem nossas crianças.

Algo deu muito errado. E esse “algo” chama-se multiculturalismo, a ideia boçal de que todas as culturas são “apenas diferentes” e devem ser toleradas. O Ocidente chegou aonde chegou graças a certos pilares civilizacionais, a seus valores morais, seu foco no indivíduo, na liberdade, no amor à vida. Tal arcabouço não é compatível com a cultura da morte, com o coletivismo e a submissão, com o Islã radical.

Algo deu muito errado. E esse “algo” chama-se multiculturalismo

E há o moderado? Aqui existe bastante controvérsia. Até que ponto é possível uma versão moderada se o próprio texto sagrado é literal, se não há divisão entre Estado e religião para o Islã, se o profeta mesmo foi um guerreiro empedernido que liderou diversas expedições contra os “infiéis”?

Salman Abedi, o terrorista de Manchester, era tido como uma pessoa “normal” por quem o conhecia. No entanto, esse sujeito matou mais de 20 pessoas inocentes, incluindo uma menininha. Ele era filho de refugiados líbios. Outros três muçulmanos foram presos pouco tempo depois na Inglaterra, por suposta ligação com o atentado. Mas a imprensa ocidental, medrosa, politicamente correta, insiste no discurso de “lobo solitário”. Eles formam uma imensa alcateia, mas os jornalistas preferem fechar os olhos.

Leia também:Nice e o multiculturalismo (editorial de 16 de julho de 2016)

É essa covardia que mata. Literalmente! As razões que explicam essa postura bizarra são as mesmas que levantei como causa do fenômeno “esquerda caviar”: intelectuais alienados que odeiam sua própria sociedade justificando todo ato bárbaro contra ela e colocando a culpa no próprio Ocidente, jamais em seus inimigos; o puro medo; a covardia; a necessidade de parecer “descolado” e compreensivo etc.

Combater os bárbaros de fora do portão já não é tarefa fácil. Mas, quando eles contam com tantos aliados do lado de dentro do portão, aí fica ainda mais difícil. Há até mesmo quem adote a narrativa de vitimização dos terroristas, os “coitadinhos” que se sentiriam deslocados, “não pertencendo” à sociedade. O monstro explode uma menina de 8 anos e a culpa é da sociedade, do capitalismo, de Trump, de todos, menos do próprio terrorista e da seita que o alimenta?

Leia também:O multiculturalismo como inimigo da civilização (artigo de Bruno Garschagen, publicado em 18 de janeiro de 2015)

Leia também:Multiculturalismo (coluna de Carlos Ramalhete, publicada em 14 de janeiro de 2016)

Eis o fato: a Europa está sendo invadida por gente que não deseja assimilar sua cultura, mas sim destruí-la, por pessoas que querem impor a sharia em Paris, Londres ou Frankfurt, e que cospem em tudo aquilo que o Ocidente representa. Qual a resposta ocidental? Gritar “islamofobia” para toda crítica ao Islã, fingir que todos os “refugiados” são gente honesta e trabalhadora, permitir guetos onde as leis nacionais não valem mais, e depois colocar fotos tristes no Facebook quando explodem nossas crianças.

Vamos continuar acusando de “xenofobia” todo aquele que quer debater seriamente a questão da imigração, e a Europa em breve será um Europistão, com mais mesquitas que igrejas. Ou ocorre uma reação para valer, ou é melhor dar adeus à civilização ocidental como a conhecemos – e apreciamos, apesar dos defeitos.

Rodrigo Constantino, economista e jornalista, é presidente do Conselho do Instituto Liberal.
0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]