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 | Felipe Lima
| Foto: Felipe Lima

Poucos candidatos causaram tanta comoção e ameaçaram de forma tão explícita o establishment político e econômico mundial quanto o bilionário falastrão que ousou desafiar a máquina mais poderosa da política americana em décadas. E é por isso que você deve prestar atenção nele e no que ele representa.

É hoje que o futuro da América como o experimento mais livre, próspero e bem-sucedido da história é consolidado no século 21 ou transformado num arremedo de social-democracia europeia, com consequências imprevisíveis para o futuro da civilização ocidental. Esta eleição decide não apenas o presidente da maior superpotência do planeta, mas também a configuração ideológica da Suprema Corte para a próxima geração, o que pode tornar o resultado da eleição de 2020, na prática, irrelevante.

Trump fala em fazer a América “grande novamente”, uma mensagem que tocou o coração de muitos

Hillary e os valores liberais

A campanha da democrata demonstra que o país pode eleger a primeira mulher como presidente, reforçando a tradição liberal de reconhecimentos dos direitos civis

Leia o artigo de Eduardo Faria Silva, professor da Universidade Positivo.

Nos últimos oito anos, a maior dívida pública do planeta dobrou, o Oriente Médio foi jogado no caos e até a cantilena do “presidente-símbolo” se mostrou um embuste. Obama disse que considera um “insulto pessoal” que negros não votem na sua candidata, mas o desemprego entre afroamericanos subiu de 11,5% para 16,7% no seu governo e os índices econômicos relevantes (salário médio, casa própria, participação no mercado e pobreza) pioraram. As tensões raciais explodiram e diversas cidades foram jogadas do caos. Policiais são alvo de ações terroristas inimagináveis antes de o radicalismo político tomar conta da opinião pública, em parte insuflado diretamente pela Casa Branca.

Trump fala em fazer a América “grande novamente”, uma mensagem que tocou o coração de muitos que sonham com a volta de uma economia pujante, da autoridade moral e política no mundo, da proteção dos direitos mais fundamentais previstos na Constituição como foram pensados pelos Pais Fundadores, com um país que se orgulhe de sua história, das suas conquistas e dos valores que construíram a sociedade mais livre, próspera e bem-sucedida de que se tem notícia.

Nas duas últimas eleições presidenciais americanas, o Partido Republicano indicou homens indiscutivelmente decentes e politicamente moderados para concorrer ao cargo: John McCain, em 2008, e Mitt Romney, em 2012. McCain, herói de guerra admirado por todos, e Mitt Romney, um ex-missionário e filantropo com uma das mais impressionantes carreiras empresariais e políticas da América, foram caracterizados como monstros insensíveis, seres humanos deploráveis e cujas eventuais vitórias causariam o fim do mundo. Depois de derrotados, voltaram a ser mostrados como homens respeitáveis e únicos que são.

Em pouco mais de um ano, parte do público foi doutrinada a acreditar que Trump é um destemperado sem qualquer respeito por mulheres, um falso empresário de sucesso e xenófobo que quer derramar o “caldeirão de raças e culturas” que construiu a América. Se não fossem as redes sociais e poucos veículos ainda comprometidos com a verdade dos fatos, é possível que Trump não pudesse mais sair às ruas depois da campanha.

Como disse Ronald Reagan em um dos seus mais brilhantes e conhecidos discursos, é tempo de escolher. Que o povo americano escolha com sabedoria e respeitando a herança única que recebeu das gerações anteriores.

Alexandre Borges é diretor do Instituto Liberal, analista político e escritor.
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