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| Foto: Felipe Lima

A polêmica reforma do ensino médio trouxe, em suas proposições, o objetivo principal de tornar esse período mais flexível e atraente para o aluno. Mas como é possível chamar a atenção dos adolescentes em sala de aula e fazer com que se sintam motivados? O que a juventude atual deseja?

A grande preocupação dos educadores é como motivar, ensinar, interagir com os jovens de hoje em dia. Esses jovens vão para a escola esperando encontrar um mundo como o seu, conectado, aberto, veloz, global. Estão acostumados a passar horas na internet e fazem várias coisas ao mesmo tempo. Eles têm uma abundância de informações e a velocidade com que estão acostumados a recebê-las é muito grande e natural. Mas eles precisam aprender a selecionar e discernir estas informações. E é aqui que entra a necessidade de receber auxílio dos pais e educadores para que consigam diminuir a ansiedade pela velocidade, pelas respostas imediatas, pelo tédio de estudar e aprender algo que, muitas vezes, julgam não lhes interessar.

O trabalho deve ser para que essa juventude seja formada por pessoas que fazem a diferença na sociedade

Sem foco na forma de ensinar, não sairemos do lugar

A educação precisa repensar a forma, a maneira, a metodologia de como ensinar, mediar, conduzir as disciplinas e os conteúdos

Leia o artigo de Ana Regina Caminha Braga, escritora e psicopedagoga

Se formos pensar em um sentido mais amplo, em termos de sala de aula, podemos considerar aquele espaço uma microssociedade. Muitas das situações de aprendizagem e de desafios vividos pelos alunos em sala de aula podem ser generalizados posteriormente para um contexto maior. Por isso é importante incitar e estimular os alunos a buscar informações com pesquisas, seminários e debates, proporcionando uma construção coletiva de saberes. O professor ensina o aluno a aprender e o aprendizado ocorre por meio de ações continuadas. Aulas de oficinas, laboratórios, produção de texto e oratória, ministradas em salas ambientadas para isso, também são importantes. Os alunos vão até os professores de acordo com a matéria que irão ter naquele horário.

Outras práticas na escola, capazes de auxiliar os alunos a refletirem sobre seus erros, trabalham a coordenação e a concentração, sendo muito importantes. Isso os ajuda a interagir positivamente com a sociedade, trabalhando aspectos relacionados à frustração, superação de desafios e maturidade.

Sabemos que a vaga na tão sonhada universidade é um alvo. Mas o trabalho deve ser para que essa juventude seja formada por pessoas que fazem a diferença na sociedade, para que sejam pessoas sensíveis, questionadoras, atuantes na vida e na profissão que escolheram, e que trabalham para uma sociedade melhor. O principal objetivo deve fazer o aluno pensar por meio de uma educação ativa, tendo em vista a formação do cidadão consciente.

Uma sociedade melhor passa por educar a juventude em valores e auxiliar a construir personalidades flexíveis e éticas. Os alunos precisam de uma formação integral. A ideia é que, além de saber conteúdos, os jovens saibam pensar e sejam críticos, que tomem decisões adequadas. Outra tarefa fundamental que nos compete é proporcionar aos alunos desenvolver suas capacidades e habilidades. Esse é o ensino médio que queremos.

Cinthia Zaniolo Renaux é coordenadora de Ensino Médio no Colégio Sion, em Curitiba.
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