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Em um mundo marcado pela discórdia e por constantes disputas em quase todos os níveis sociais, o papa Francisco continua fazendo história em vista da reconciliação e da paz. Guerras interessam aos que fabricam armas e lutas desnecessárias são promovidas por pessoas que não resolveram seus próprios problemas pessoais. Enquanto isso, milhões de pessoas, de modo especial as menos privilegiadas economicamente, sofrem horrores com estes conflitos que poderiam ser resolvidos com atitudes pacíficas e de tolerância diante do diferente. Na esteira desta realidade sangrenta surge, no contexto mundial, o papa Francisco, com gestos tão humildes, promovendo a paz e a concórdia.

Na sua recente viagem ao Oriente Médio, o papa Francisco ressaltou que sua viagem era propriamente religiosa e que ele não tinha interesse em se imiscuir em questões políticas dessa região. No entanto, a sua humildade, suas palavras e sua coerência de vida foram tão evidentes que todos, sejam palestinos ou israelenses, queriam ouvi-lo. Ele pregou a paz e a reconciliação e, no fim, convidou os presidentes palestino e israelense para visitar o Vaticano e orar pela paz. Ambos os presidentes aceitaram o convite; o encontro deve ocorrer hoje, e passos na edificação da paz poderão ser dados.

Os gestos e as atitudes do papa têm despertado interesse enorme da sociedade mundial, que carece de líderes com uma importante envergadura ética. A sua simplicidade não o leva a se omitir diante dos poderosos líderes mundiais, que muitas vezes defendem apenas seus próprios interesses; pelo contrário: a humildade de Francisco exerce uma influência tão positiva sobre os líderes mundiais que eles estão alterando suas agendas. Basta ver as visitas de líderes de linhas protestantes ou de outras religiões que vão ao Vaticano para escutar e serem ouvidos pelo papa.

A Doutrina Social da Igreja ensina que a paz brilha quando a justiça está presente nas relações sociais e econômicas, e a solidariedade é um passo maior ainda na edificação de um mundo melhor. O papa Francisco, em seus discursos, ressalta que a paz deve ser uma meta e que a paz não se restringe à mera ausência de conflitos ou guerras. A paz se constrói no dia a dia, com gestos que geram solidariedade e ação em favor do bem comum. A paz é a edificação de um mundo de justiça e fraternidade para todos.

O papa Francisco é um peregrino da paz integral, que engloba a promoção do bem comum e o fim das guerras e dos conflitos desnecessários. O seu ensino não se restringe apenas ao mundo eclesial, mas ultrapassa as esferas da Igreja; ele está promovendo a paz mesmo em lugares que o Cristianismo nem é aceito.

Joaquim Parron, padre missionário redentorista, é doutor em Ética Social pela The Catholic University of America (Washington, EUA).

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