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Segundo a mitologia romana, todos os portais e as transições são controladas por Jano, deus que possui duas faces: uma voltada para trás (o passado), de aparência idosa, e outra para frente (o futuro), de aspecto juvenil. É a divindade dos inícios e recomeços e, não por acaso, o primeiro mês do ano é nomeado em sua homenagem – Janeiro, do latim januarius: o mês de Jano. Esta figura representa o sublime momento em que o antes e o depois, o pretérito e o porvir fundem-se num instante temporal que se eterniza.

A existência da DPPR deve-se a esforços e batalhas travadas por inúmeros profissionais e estudantes

O dia 19 de maio é um desses instantes, pois é o dia em que a Defensoria Pública do Estado do Paraná reinicia um novo ciclo anual. Nesta data, a DPPR, há quatro anos, passou a ter existência como instituição autônoma, com independência para atuar na proteção dos direitos da população mais carente. A memória de sua criação e dos fatos que a seguiram imediatamente – realização dos primeiros concursos públicos, provimento das primeiras vagas, abertura de duas dezenas de sedes, atendimento a dezenas de milhares de pessoas – apontam para o futuro da instituição paranaense constitucionalmente incumbida de dar orientação jurídica, promover os direitos humanos e defender a todos que necessitam: futuro este que está sendo construído em prol da população necessitada de recursos, de justiça e de cidadania do Paraná – ainda que este construir seja por muitos incompreendido.

No refletir provocado pela lembrança dos quatro anos passados e dos vários anos que se seguirão, evidente é a conclusão de que esta instituição, voltada para o povo paranaense, é constituída de pessoas, com suas variadas histórias, vindas de diferentes lugares do Paraná e do Brasil, cujas circunstâncias, transitórias ou permanentes, fizeram-nas trabalhar em prol da construção dos alicerces desta instituição. De nenhuma utilidade seriam as leis e todos os recursos alocados se na Defensoria Pública não trabalhassem estagiários, servidores e membros decididos a, direta ou indiretamente, prestar assistência jurídica à população – razão de existir da instituição. Igualmente, a existência da DPPR deve-se a esforços e batalhas travadas por inúmeros profissionais e estudantes, pessoas que decidiram defender a causa da Defensoria Pública no estado, a qual culminou, em 19 de maio de 2011, na aprovação, por unanimidade pela Assembleia Legislativa do Estado, da Lei Complementar Estadual 136/2011, originada a partir de projeto de lei de autoria do governador Beto Richa.

Que a passagem do portal dos quatro anos de existência da DPPR seja um marco a rememorar os dias passados de lutas, vitórias e satisfações de todos que dedicaram e dedicam seu trabalho a levar justiça e cidadania à população paranaense através da Defensoria Pública do Estado.

Josiane Fruet Bettini Lupion é defensora pública geral do Paraná.
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