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| Foto: Adem Altan/AFP

Depois dos celebrados eventos no Oriente Médio, chamados em conjunto de “Primavera Árabe”, ocorridos a partir de 2011, quando grandes manifestações desafiavam ditaduras estabelecidas havia anos, a região vive uma grave crise de diversas dimensões. Problemas econômicos, fruto da queda dos preços do petróleo, instabilidade política e calamidade social.

Assim, pode-se dizer que, depois da Primavera Árabe, quando poderíamos esperar o florescer do Oriente Médio em possíveis novas democracias, o que estamos vendo não se parece em nada com um ensolarado verão. A guerra na Síria, a destruição da Líbia, a restauração de uma ditadura no Egito e diversas guerras civis em países árabes nos indicam que vivemos o chamado “Inverno Árabe”.

Depois de alguma esperança, na Primavera Árabe, vivemos um momento de grande depressão

No momento em que o mundo teme o fanatismo do Estado Islâmico, grupo terrorista islâmico que superou todos os anteriores em suas condutas bárbaras de decapitação de “infiéis” e espetáculo midiático de terror, notamos que a origem desse grupo ocorre justamente no interior instável do Iraque, fruto da guerra iniciada em 2003.

A presença do Estado Islâmico nos diversos países em que teria ocorrido a Primavera Árabe revela a situação perigosa a que essa região chegou. Em alguns países, grupos extremistas islâmicos poderiam até ganhar as eleições.

A atual escalada de agressões entre nações envolvendo a guerra na Síria causa preocupação, principalmente pela disposição e força militar dos dois lados opostos nessa disputa, Estados Unidos e Rússia. Mas não podemos ignorar a pergunta mais importante: o que esperar do Oriente Médio?

A população civil foge aos milhares de seus países, procurando refúgio na Europa e em outras nações, enquanto a violência interna ganha enormes proporções nos países árabes. A situação a que chegou o Oriente Médio pode ter sido fruto das pretensões ocidentais de levar a democracia a qualquer custo, fazendo uso de meios injustos, embora buscando objetivos alegadamente justos. Depois de alguma esperança, na Primavera Árabe, vivemos um momento de grande depressão, deparando-nos com a capacidade de ainda sermos vítimas das piores barbáries.

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