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Quase 200 anos atrás, dom Pedro preferiu obedecer ao povo e cometeu o mais famoso cacófato da história brasileira ao dizer “Se é para o bem de todos e felicidade geral, danação! Estou pronto; digam ao povo que fico”. A data é lembrada como o Dia do Fico. Já nos nossos tempos interessantes tivemos o Dia do “não fica não, minha senhora”, quando finalmente, após um processo obscenamente longo, a voz das ruas fez-se ouvida e a ex-presidente Dilma foi arrancada do poder a que se agarrava com unhas e dentes. Quando o PT era a acusação, não a defesa, no caso Collor – um amador perto do PT –, o processo foi muito mais célere.

O papel de Dilma era apenas manter quentinha a cadeira para o retorno do mestre

Mas Dilma não é nem nunca foi ninguém. Ela foi eleita por bravata de seu mestre e criador, que se gabava, com razão, de conseguir eleger até mesmo um poste. Sua carreira política anterior é nula e, por mais que tenham sido preservados seus direitos políticos, sua carreira política futura tende a ser igualmente nula. O próprio Collor, montado na mesma capacidade demagógica que o elevou das Alagoas à Presidência, já é novamente senador. Dilma não seria capaz disso. Incapaz de falar em público sem meter os pés pelas mãos e enfileirar absurdos, incapaz daquele trivial básico da política de saber conversar e “ouvir até ficar rouco”, incapaz até mesmo de dar ordens sem ofender os subordinados, a pobre senhora estava lá como o tatu no pau: foi posta ali, e ali ficou. Só o que se pode dizer a seu favor é negativo: nem mesmo a roubalheira perpetrada ao seu redor foi confiada a suas mãos incapazes.

Seu papel era apenas manter quentinha a cadeira para o retorno do mestre – em caso de sucesso, como seu criador assumido; em caso de fracasso, como salvador da pátria. Ela o cumpriu à risca, sacrificando em prol dele qualquer vestígio de honradez que lhe pudesse restar e sendo jogada aos leões para poupá-lo. Mas isso não parece ter bastado. Lula dificilmente conseguirá concorrer, se não estiver preso quando das próximas eleições. Se concorrer, não ganhará.

Aquele que subiu ao poder dizendo (ao jornal Le Monde) que “a eleição é uma farsa por que temos de passar para conquistar o poder” montou o maior esquema de corrupção da história deste país. Substituído pelo “poste” que nesta quarta foi arrancado como carrapato renitente das artérias do Erário, dedicou-se à camelotagem de empreiteiras e a intermediações escusas no BNDES. O dinheiro do contribuinte brasileiro foi distribuído irmãmente entre o partido, as empreiteiras amigas e uma corja de ditadores falidos – de Maduro a Evo, dos Castro a ditadores africanos perfeitamente intercambiáveis na ferocidade e na cobiça.

Cumpre agora acabar de desmontar esse esquema e prender todos os envolvidos, sem poupar ninguém.

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