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 | Henry Milleo/Gazeta do Povo
| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

No creo em pesquisas eleitorais, pero que las hay, las hay. Seria confiável a última do Ibope aqui para Curitiba? Ela se diz com 95% de certeza, mas aqueles 5% restantes... É o que basta para alimentar dúvidas. Seja como for, os resultados merecem análise. Um dado me chamou a atenção e peço licença a tantos especialistas especializados em especificidades e destaco algo que me parece significativo e não vejo ser mencionado. Refiro-me ao índice de rejeição dos candidatos de esquerda.

Na primeira pesquisa eleitoral, feita em 23 de agosto, Tadeu Veneri, do PT, e Xênia Mello, do PSol, tinham 10% e 11%, respectivamente, de rejeição do eleitorado curitibano. Foi só a campanha começar pra valer – e eles se mostrarem – que esse índice aumentou consideravelmente, em menos de um mês. Segundo a última pesquisa, Veneri agora tem 32% e Xênia, 31%. Se considerarmos a marca Requião, historicamente de esquerda, o mesmo fenômeno ocorreu. Requião Filho saltou de 21% para 38%. Acrescente-se Fruet à lista – afinal, era coligado com o PT até pouco tempo atrás – e temos os quatro candidatos com maior índice de rejeição nesta eleição. Significativo, não?

Infelizmente, a hegemonia esquerdista na imprensa ainda se mantém

Sim, é verdade, a maioria dos candidatos teve aumento da rejeição, não apenas os claramente de esquerda. Mas nenhum deles cresceu tanto assim. Sem contar que candidatos como Ademar Pereira e Afonso Rangel não se apresentam como “de direita”. Acho que o único que se considerou como sendo de “centro-direita” foi Ney Leprevost – aquele que se não fosse candidato votaria em Tadeu Veneri, segundo suas próprias palavras no debate feito com o petista na Gazeta do Povo –, cujo índice de rejeição subiu de 11% para 15%. Ah, sim, sem esquecer que Rafael Greca diminuiu a rejeição que tinha, passando de 15% para 12%. Significativo, não?

“Ah, mas o Greca esconde o Beto Richa na campanha!”, dirão os de sempre. Sorrio. Curioso acharem tão relevante e decisiva a rejeição ao governador, mas não à ideologia de esquerda. Quantas manchetes e reportagens e colunas de opinião não falaram, não insistem, na rejeição ao governador e do quanto isso poderia mudar o quadro eleitoral? E quantas tratam da rejeição à esquerda? Não é preciso responder, sabemos bem. As causas dessa rejeição podem até ser óbvias, como ser fruto do descalabro petista no governo federal e/ou o suposto conservadorismo curitibano. Tanto faz, mas por que não falar disso, analisar, discutir?

O quanto essa rejeição não seria tão ou mais importante para o crescimento impressionante da intenção de voto em Greca do que o saudosismo de uma Curitiba mítica dos anos 90? Seria a gestão de Fruet tão ruim assim que explicasse suficientemente a sua aparente incapacidade de convencer o eleitor do contrário? O quanto a posição do senador Requião defendendo Dilma não fez despencar as chances do filho na eleição? Infelizmente, a hegemonia esquerdista na imprensa ainda se mantém, apesar dos abalos sofridos e rachaduras existentes, a tal ponto que sua visão de mundo quase nunca é questionada, salvo de passagem, sendo que fatos que não lhe interessam ou possam ser prejudiciais são escanteados; se possível, escondidos.

Querem mais um exemplo? Sábado retrasado, passei pela Praça Santos Andrade. De um lado, alguns com bandeiras e camisetas vermelhas. Cabos eleitorais do PT. Surpreendi-me, porém, ao ver, do outro lado da praça, praticamente o mesmo número de pessoas com camisetas e bandeiras laranjas. Quem eram? Cabos eleitorais do Partido Novo. Quem? Pois é, significativo, não?

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