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 | Ricardo Stuckert/Instituto Lula
| Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

A lista de Fachin tem o mérito de não poupar figurões da política, mas deixa aquela impressão de que políticos, independentemente de partido, são todos corruptos, todos iguais. Não são. Nem na hora de serem corruptos eles são iguais. É bom frisar: espera-se que todos os políticos que incorreram em atividades ilícitas sejam punidos, porque o Brasil precisa desesperadamente deixar de ser o paraíso da impunidade, que só assim o respeito às instituições deixará de ser um fetiche e passará a ter algum lastro, só assim poderemos pavimentar o caminho para uma “sociedade de confiança”. Mas nós não devemos perder de perspectiva as diferenças de gravidade entre os crimes dos políticos. Neste artigo, Guilherme Fiuza deixa muito claro que só o PT foi responsável por elevar a corrupção à principal ferramenta de gestão, por criar um novo regime de governo: a tal da “propinocracia”. Ademais, o montante desviado dos cofres públicos pelos petistas é astronômico, sem paralelo na história das falcatruas do Estado. E uma vez que não funcionou a tática do “eu não sabia”, “eu não fiz nada”, “não é meu”, agora querem se esconder atrás da cortina de fumaça da corrupção generalizada, apostando na difusão da ideia de que “se todo mundo rouba, esse pelo menos rouba, mas faz!”. Faz mesmo: um desarranjo na economia com o dinheiro que sugou de todos nós.

Da necessidade de preservar a ideologia

Já falei da tática nº 1 para salvar o projeto esquerdista de poder. Agora vou falar da tática nº 2 que é defendida por aí. Trata-se de explicar o petrolão e afins como uma traição do PT ao ideal socialista, vez que o alto escalão do partido vendeu-se ao “grande capital”. Converse com um “não sou petista, mas...”, também conhecido nos dias de hoje por “esquerdista Nutella”, e confira. O tipo de solução para os problemas do país que um sujeito desses propõe é mais do mesmo: mais estado, mais regulação, mais intervenção, mais proteção, como se, substituindo os petistas por outros esquerdistas (de preferência do PSOL, do PCdoB, da REDE), só pessoas de alto padrão moral passariam a governar o país. Nenhum governo socialista foi bem-sucedido na história e todos os que existiram precisaram ser financiados por metacapitalistas – o que fizeram sem nenhuma crise de consciência, porque consideravam estar sugando idiotas-úteis para a realização de seus planos. Ainda assim, tem gente que ainda separa o “socialismo ideal” do “socialismo real”. Engraçado é que, na hora de confrontar com o sistema econômico liberal, por eles chamado de “capitalista”, essas pessoas só comparam o “socialismo ideal”, o suposto reino da igualdade, com o “capitalismo real”, o mundo trágico da desigualdade. Note a assimetria da comparação. Tudo pela causa. Rafael Rosset diz que já passou da hora de sepultar de uma vez por todas esse zumbi ideológico.

O empreendedorismo verdadeiro é coisa de heróis

Quanto mais poder o Estado concentra, mais se torna mestre da economia e de todos os setores da vida. Hans-Hermann Hoppe explica a diferença entre um verdadeiro empreendedor – um sujeito que tem de se aventurar no mercado, tentando alcançar a satisfação e fidelidade do consumidor para que seu negócio dê certo e gere lucro – e um empresário compadre do Estado – que precisa dominar a arte da política e de agradar governantes.

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