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 | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A força bruta triunfou mais uma vez na manhã desta terça-feira, em Curitiba, quando sindicalistas e servidores romperam a barreira policial e invadiram novamente o plenário da Câmara Municipal, repetindo o que já haviam feito uma semana atrás. O objetivo foi o mesmo: impedir que o Legislativo vote projetos que integram o pacote de ajuste fiscal das contas municipais, com medidas que têm impacto sobre o funcionalismo, como a mudança na data-base e no plano de carreira dos servidores.

Assim como na semana passada, houve apoio de parlamentares da oposição, que justificaram a invasão, ignorando – intencionalmente ou não – que não faz parte da saudável convivência democrática o uso da força para impor suas convicções e plataformas. Esses vereadores aviltam o próprio mandato ao defender que a truculência prevaleça sobre o devido processo legislativo. E, aqui, não estamos fazendo nenhuma análise ou defesa do mérito do ajuste fiscal; o que está em jogo é a compreensão de um princípio basilar da democracia: o de que não se pode obstruir o funcionamento das instituições dessa maneira.

Opinião da Gazeta: O pacote de Greca e o fascismo sindical (editorial de 13 de junho de 2017) 

E, também repetindo os acontecimentos de 13 de junho, a sessão que votaria o ajuste acabou suspensa até a próxima segunda-feira – o que não satisfez os sindicalistas, que exigiam a retirada dos projetos. O que nos leva a questionar se o roteiro não se repetirá também no dia 26, pois cada recuo dos vereadores passa a mensagem de que a estratégia da força bruta funciona. E assim, de invasão em invasão, incentivada por formadores de opinião e até mesmo por aqueles cujo trabalho é inviabilizado pelo fascismo sindical, a democracia vai sendo erodida, substituída pela truculência como forma aceitável de se fazer política.

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