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Daniel Gonçalves Filho é ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná | Kiko Sierich - GAZETA DO POVO/Arquivo
Daniel Gonçalves Filho é ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná| Foto: Kiko Sierich - GAZETA DO POVO/Arquivo

O ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná Daniel Gonçalves Filho, apontado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público como chefe de esquema investigado na Operação Carne Fraca, assinou um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal. A possibilidade de que o acordo ocorresse já vinha sendo aventada há pelo menos dois meses e foi confirmada nesta quinta-feira (14) pela Gazeta do Povo. 

Em um primeiro momento as investigações da Carne Fraca ficaram mais focadas nos problemas ligados às fraudes sanitárias e, mesmo tendo desvendado as relações políticas do esquema, não se aprofundou no tema. 

“Uma parte do esquema criminoso dos agentes fiscais ajudava em campanhas políticas ligadas ao PMDB e ao PP. Isso é bem comum ao longo da investigação. Não foi aprofundado porque o nosso foco era saúde pública, corrupção e lavagem de dinheiro”, afirmou o delegado responsável pela investigação, Maurício Moscardi Grillo, na entrevista coletiva concedida no dia em que a operação foi deflagrada. 

Com a delação de Gonçalves Filho, as investigações devem avançar nas relações políticas do esquema que, segundo apurado pela Gazeta do Povo, implicam especialmente a bancada de deputados federais do PMDB do Paraná. A partir de agora o MPF começa a colher os depoimentos do ex-superintendente para depois enviar o teor das investigações para análise do Supremo Tribunal Federal (STF), já que a delação envolve deputados federais, que têm foro privilegiado. 

A relação política

Segundo as investigações da Polícia Federal, Daniel Gonçalves Filho comandava um esquema que fazia vistas grossas a irregularidades sanitárias cometidas por frigoríficos. “Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva”, diz a PF. De acordo com as investigações, a propina abastecia campanhas políticas do PP e do PMDB. 

Como a Gazeta do Povo mostrou à época da deflagração do caso, os deputados peemedebistas assinaram um documento em 2015 pedindo que o Ministério da Agricultura nomeasse Gonçalves Filho para a superintendência no Paraná

Em uma das gravações telefônicas feitas pela PF durante a investigação, foi grampeada uma conversa do deputado federal paranaense Osmar Serraglio (PMDB) com Gonçalves Filho, que chamou o parlamentar de “grande chefe”. Quando a operação estourou, Serraglio era ministro da Justiça e disse que a gravação telefônica prova que ele não interferiu no trabalho dos fiscais e comentou que o tratamento dado ao então superintendente era casual.

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