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A deputada estadual Claudia Pereira (PSC) prestou depoimento à 3.ª Vara Federal de Foz do Iguaçu nesta segunda-feira (11). Em investigações realizadas pela Polícia Federal (PF) que apontaram o o ex-prefeito de Foz e marido dela, Reni Pereira (PSB), como chefe de uma suposta organização criminosa instalada na administração municipal entre 2013 e meados de 2016, a parlamentar é citada como possível beneficiária dos esquemas de corrupção praticados em conluio com o esposo. Entre eles estaria a compra de votos em favor da eleição dela à Assembleia Legislativa em outubro de 2014. Reni é réu em duas ações criminais ajuizadas pelo Ministério Público Federal (MPF) oriundas da “Operação Pecúlio”.

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A denúncia está contida em um relatório da PF que tem por base material apreendido em poder do empreiteiro Fernando Bijari, réu confesso em fraudes de licitações para obras de pavimentação em Foz do Iguaçu e um dos 13 delatores da Operação Pecúlio. Parte dos documentos apreendidos pelos policiais indicam que “a campanha eleitoral da deputada estadual Claudia Pereira se utilizou da compra de votos mediante o fornecimentos de vale combustível à eleitores da região”, pontua a PF. Claudia Pereira foi eleita com quase 30 mil votos recebidos em sua primeira disputa a um cargo eletivo.

“Os eleitores recebiam cerca de 10 litros de combustível a serem retirados na rede de postos T., possivelmente, em troca de voto na candidata”, acrescenta o relatório. Para reforçar a acusação, a PF afirma que material de propaganda da então candidata foi apreendido na residência do empresário Fernando Bijari. Junto com os “santinhos”, havia vales de combustível do referido posto. “Os indícios aqui demonstrados reforçam a tese de que os investigados apoiaram as campanhas políticas da Deputada Estadual Cláudia Pereira e de seu esposo, o prefeito Reni Pereira, com o intuito de obterem vantagens econômicas futuras em processos licitatórios e nomeações de aliados em cargos públicos”, consta do relatório da PF anexado ao inquérito da parlamentar do PSC.

Até o momento, Claudia Pereira não foi denunciada pelo MPF à Justiça Federal. Em razão do cargo público que ocupa, a política detém foro privilegiado e as investigações tramitam no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre (RS).

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Nesta segunda-feira, na qualidade de informante arrolada pela defesa do marido e, portanto, sem o compromisso judicial de dizer a verdade, Claudia negou qualquer ilegalidade na campanha de 2014. “Isto não é verdade. O número de campanha que aparece nestes vales-combustíveis não era o da minha candidatura. Minha campanha não fez doações dessa natureza a nenhum eleitor e tão pouco adquiriu gasolina para esta finalidade. Eu não sei onde fica este posto, nem quem seja o seu proprietário”, afirmou à Justiça Federal, por meio de videoconferência.

Mais acusações

Outra acusação contra Claudia Pereira no âmbito da Operação Pecúlio diz respeito à oferta de exames de mamografia realizados por meio de uma unidade móvel em Foz do Iguaçu com objetivo eleitoreiro. A afirmação faz parte do termo de colaboração premiada homologado pela Justiça Federal com o técnico de radiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Reginaldo da Silveira Sobrinho.

Segundo a delação de Sobrinho, a criação de um “mamóvel” em Foz do Iguaçu tinha finalidade de contribuir com a eleição da então candidata. “Um dos carros chefes da candidatura de Claudia Pereira para a Assembleia Legislativa no ano de 2014 era a promessa da instalação de um mamóvel em Foz do Iguaçu”, declarou à PF o técnico de radiologia. Até agora o projeto não saiu do papel na cidade. Durante o depoimento o tema não foi mencionado.

Procurado pela reportagem, o advogado de Claudia Pereira, Vitor Augusto Sprada Rossentim, ponderou que “esse projeto era sim um dos pilares da campanha de Claudia Pereira e que a deputada é autora de Lei que instituiu a realização desses exames em todo Paraná”. Ele reforçou ainda que não existe denúncia formalizada contra sua cliente e que a deputada está à disposição da Justiça para esclarecer qualquer dúvida.

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