• Carregando...
Paulo Bernardo: O  Filósofo na lista da Odebrecht. | Antônio More / Gazeta do Povo
Paulo Bernardo: O Filósofo na lista da Odebrecht.| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo

O ex-ministro Paulo Bernardo (PT) – marido da senadora paranaense Gleisi Hoffman (PT) – teria cobrado propina para beneficiar a Odebrecht em uma obra, cujo contrato correspondia a R$ 323,9 milhões. Segundo delatores do grupo empresarial, o ex-ministro teria pedido o equivalente a 1% do valor contratual para incluir o projeto no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Paulo Bernardo e Gleisi estão entre os 108 alvos de inquéritos autorizados pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A obra em questão é a construção da linha 1 da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb ), na ligação entre Novo Hamburgo e São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Segundo os delatores, Bernardo era identificado como “Filósofo” no sistema “Drousys”, desenvolvido pela Odebrecht para fazer o controle de vantagens indevidas pagas a agentes públicos. Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), os executivos da empresa disseram que o dinheiro cobrado por Paulo Bernardo foi efetivamente repassado.

Além dele, outros políticos também teriam cobrado propina da Odebrecht na mesma obra. O deputado federal Marco Maia (PT-RS) – identificado como “Aliado”, na planilha da empresa – teria recebido 0,55% do valor do contrato. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha – que tinha o codinome “Bicuíra” –, teria pedido e recebido 1% do valor do contrato.

A advogada Verônica Sterman, que defende Paulo Bernardo, disse que o ex-ministro nega que tenha feito qualquer pedido de propina. Por meio de nota, o ex-ministro afirma que não teve qualquer conversa com executivos da Odebrecht para tratar da inclusão de obras no PAC. Paulo Bernardo acrescenta que a construção da linha 1 da Transurb foi incluída no programa federal de maneira “absolutamente lícita e atendendo a reivindicação da bancada do Rio Grande do Sul”. Ainda segundo o petista, não houve qualquer participação da Odebrecht neste processo.

Outro inquérito

Paulo Bernardo é mencionado, ainda, em outro inquérito. Segundo delações, ele teria cobrado repasses da Odebrecht para financiar campanhas da paranaense Gleisi Hoffmann. Em uma das corridas eleitorais, a empresa teria repassado R$ 5 milhões à petista, em troca da facilitação em um negócio de R$ 50 milhões que beneficiaria o grupo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]