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Comércio sente prejuízo da greve dos caminhoneiros. | Antônio More/Gazeta do Povo/ Arquivo
Comércio sente prejuízo da greve dos caminhoneiros.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo/ Arquivo

Com o último ônibus do transporte público rodando às 23h59 de sexta-feira (25), a expectativa dos moradores de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, era encontrar uma cidade deserta neste sábado (26) – principalmente pelo decreto de ponto facultativo no comércio, anunciado pela Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg). No entanto, o que ocorreu foi uma situação diferente: lojas abertas, ruas com algum movimento e comerciantes trabalhando na tentativa de driblar a crise atual.

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Proprietária de uma loja de roupas localizada no Centro, Géssica Brandani buscou as três funcionárias em casa com o próprio carro para evitar de fechar o estabelecimento neste sábado (26). “Preciso faturar. Já vínhamos de um momento não muito bom nas vendas, seria pior se eu não abrisse hoje”, explica.

Géssica analisa que o movimento no comércio está longe de ser o ideal para um sábado pela manhã, mas imaginava que seria mais baixo. “Quando foi anunciado o ponto facultativo, eu achei que as pessoas não sairiam de casa para comprar e que as ruas estariam vazias porque não teria ônibus. Pra quem pensou que não ia vender nada hoje, até que o movimento é bom”, conta.

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Transporte

Sem combustível por conta das paralisações dos caminhoneiros nas rodovias, a Viação Campos Gerais (VCG), empresa responsável pelo transporte público em Ponta Grossa, suspendeu o serviço por tempo indeterminado.

Segundo a assessoria de imprensa, os últimos veículos rodaram até a meia-noite de sexta-feira (25), somente nas linhas principais da cidade. Desde a quarta-feira (23), a empresa já vinha fazendo um racionamento de combustível, com somente 50% da frota funcionando. Nas últimas horas de sexta, a VCG antecipou o serviço dos veículos que fazem a linha da madrugada para garantir que a população chegasse em casa. Neste sábado, nenhum ônibus saiu da garagem para realizar o serviço de transporte coletivo.

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Movimento

Apesar da pane seca nos veículos da VCG, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Ponta Grossa (Sindilojas-PG), José Carlos Loureiro, considera o movimento no comércio durante este sábado (26) bem acima do esperado diante das condições atuais da cidade.

Dono de uma distribuidora de doces localizada no Centro, Loureiro foi outro que buscou os funcionários em casa para garantir o funcionamento da loja em meio à falta de ônibus. “Combinei com meus contratados que vamos seguir assim até quando for possível. Quando meu carro não tiver mais gasolina, aí infelizmente teremos que tomar outra atitude, que eu acredito que seja fechar as portas até que tudo seja normalizado”, explica.

Loureiro acredita que somente cerca de 20% dos comerciantes não trabalharam neste sábado (26). “Todo mundo está se virando como pode. Alguns buscam [os funcionários] em casa, outros dividem carona, alugam vans… Os donos de comércio sabem da dificuldade nas vendas nos últimos meses e sabem também que se não abrirem as portas é pior, porque ninguém fatura”, analisa.

Mercado: baixa na carne bovina e alguns hortifrutis

Além do comércio, outro ponto com movimento acima do esperado para este sábado foram os supermercados. Apesar de ainda não haver nenhuma baixa significativa nos alimentos, alguns clientes já planejam comprar um pouco acima do comum para evitar problemas caso a greve se estenda por muito tempo.

A cirurgiã-dentista Julia Fioretto, que mora com o marido e duas filhas, foi a um mercado no Centro e comprou pacotes de macarrão, arroz e feijão acima do que costuma levar. “Ainda não percebo nenhuma falta de alimento, mas a minha preocupação é em relação ao combustível do meu carro. É melhor que eu já leve a mais para que depois eu não precise voltar ao mercado”, explica.

Nas gôndolas, os consumidores já sentem a falta de alguns hortifrutis, como banana e batata, mas a situação varia de mercado para mercado. A única ‘unanimidade’ é a carne bovina, que já é raramente encontrada nos açougues. A alternativa é a compra de frangos e peixes congelados.

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