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Atualmente, o governo do Paraná tem uma participação acionária de 58,6%, com direito a voto. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Atualmente, o governo do Paraná tem uma participação acionária de 58,6%, com direito a voto.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Um novo comunicado ao mercado divulgado nesta quinta-feira (22) pela Copel mostra que a empresa segue “estudando” uma oferta de ações para “otimização de caixa”. Um fato relevante divulgado pela Copel no último dia 8 já indicava que a companhia avalia uma oferta subsequente de ações, que de acordo com reportagem do jornal Valor Econômico renderiam R$ 4 bilhões para a empresa. Em ambos os casos, os documentos divulgados são de esclarecimentos solicitados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Superintendência de Acompanhamento de Empresas da BM&F Bovespa sobre a intenção da empresa de realizar a operação.

Tanto no fato relevante quanto no comunicado ao mercado, os esclarecimentos se repetem: questionados sobre a possível oferta de ações, os documentos afirmam que “uma eventual oferta subsequente de ações compõe um abrangente estudo da administração da Companhia para a otimização de caixa, com o objetivo de suportar o plano estratégico de crescimento sustentável”. Pelos documentos, não há confirmação ou negativa da intenção. Segundo a reportagem do Valor, essa possível operação seria “totalmente primária”, ou seja, os R$ 4 bilhões levantado pelas ações seriam “dinheiro novo para a companhia”, que no momento tem dívidas de R$ 2,7 bilhões vencendo no curto prazo.

Essa nova oferta feita pela Copel pode diminuir ainda mais a participação do governo do Paraná na companhia, caso não adquira novas ações. Por enquanto, o governo tem uma participação acionária de 58,6% com direito a voto. A possibilidade de diluir essa participação em uma nova venda de ações existe, já que a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) aprovou em 2016 um projeto que permite ao estado vender ações ordinárias de todas as empresas estatais, desde que o controle acionário seja mantido, ou seja, a participação pode chegar até 51%.

O comunicado desta quinta também ressalta que, caso a empresa efetue essa nova operação, ela não possui relação direta com a “Assembleia Geral Ordinária em 28 de abril”, que aumentou a divisão de lucros da empresa entre os acionistas de 25% para 50%, garantindo R$ 150 milhões ao caixa do Executivo.

O aumento de dividendos foi um assunto espinhoso para o governo, que teve o pedido para subir o percentual de dividendos rejeitado em maio deste ano, mas aprovado um mês depois na assembleia geral. A disputa culminou com a demissão do Diretor de Finanças e de Relações com Investidores da Copel, Luiz Eduardo Sebastiani, que defendia que a divisão de lucros fosse mantida em 25%, já que para que esse aumento ocorresse seria necessário usar o dinheiro da Reserva de Retenção de Lucros, que assegura o programa de investimentos da Companhia.

Na ocasião, o governo negou que o motivo da demissão tenha sido uma retaliação ao posicionamento de Sebastiani, mas sim uma “coincidência”. A saída do diretor causou “perplexidade” entre os conselheiros Sandra Guerra e Sergio Weguelin, que definiram como “excelente” o trabalho feito por ele na Copel. Quem assumiu o cargo foi Adriano Rudek de Moura.

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