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À frente do Movimento Pró-Paraná, Marcos Domakoski  defende ajustes fiscais e reformas para o país avançar. | Arquivo Gazeta do Povo
À frente do Movimento Pró-Paraná, Marcos Domakoski defende ajustes fiscais e reformas para o país avançar.| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

O empresário curitibano Marcos Domakoski, 64 anos, foi reconduzido à presidência do Movimento Pró-Paraná, entidade que congrega representantes de vários segmentos da sociedade em busca de um objetivo comum: fortalecer o Paraná, defender os interesses do estado e desenvolver a sua identidade cultural. Ele dá início a mais dois anos à frente da instituição, cargo que ocupa desde meados de 2015, de olhos atentos às reformas em andamento em Brasília.

Professor aposentado da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Domakoski tem experiência nos setores público e privado – foi diretor da Copel, presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP) e fundador da MDD Comércio e Representações de Papéis, entre outras iniciativas. O empresário foi um dos principais críticos contra a privatização da Copel, proposta lançada nos anos 2000. Sobre as atuais propostas de privatização, Domakoski apoia, mas pede cautela. “Não se pode usar dinheiro de privatização para pagar custeio”.

Na opinião de Domakoski, entre as principais conquistas do Movimento Pró-Paraná – fundado em 2001 pelo jornalista Francisco Cunha Pereira Filho, falecido presidente do GRPCom – estão as conquistas dos royalties de Itaipu para o Paraná, a manutenção da sede regional do Banco Central em Curitiba e o apoio à colocação de paranaenses em importantes cargos no cenário nacional, como o caso do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin.

O senhor continua à frente do movimento. O que será mantido e o que avança a partir deste ano?

Nos últimos dois anos, o Movimento Pró-Paraná se posicionou em questões polêmicas e importantes, como a necessidade de ajustes fiscais a nível estadual e federal; a necessidade de uma reforma da Previdência que acabe com privilégios; uma reforma tributária que leve em conta a diminuição do tamanho do Estado; e uma reforma política para dar ao país o rumo certo que ele merece. A continuidade desses posicionamentos é fundamental para que o terceiro setor contribua com a democracia, com posicionamentos claros que visam o bem da nação e não o interesse pessoal de um grupo.

Quais são esses posicionamentos?

É fundamental que a população entenda que não se faz gestão pública se não houver ajuste fiscal. Isso vale a nível federal, estadual e municipal. Se queremos um aprimoramento da classe política brasileira, precisamos começar pela reforma política, que é a mãe de todas as reformas. Desde 1999 defendemos a necessidade de voto distrital misto, de fim da fidelidade partidária, de cláusula de barreira. Nossos políticos não tiveram consciência sobre essa necessidade. O que estamos vivendo hoje é um remendo. Com relação à reforma tributária, não tem arrecadação que dê conta do tamanho da máquina pública do Brasil. Há a necessidade de uma redefinição do tamanho do Estado. E a questão previdenciária é um assunto que precisa ser tratado urgentemente pelos governos. Se não tratarmos os privilégios existentes em um curto espaço de tempo, não teremos mais dinheiro para as despesas previdenciárias.

Tudo isso impacta diretamente no Paraná?

Sem dúvida nenhuma. Nós tivemos no Paraná algumas tentativas de ajuste fiscal que não atingiram o êxito adequado por conta da crise econômica e, hoje, entendemos que governador e prefeitos não podem ser gestores de recursos humanos. Necessitam ter valores que permitam investimentos em infraestrutura e que alavanquem o desenvolvimento econômico e social.

Como o movimento se posiciona diante das privatizações propostas pelo Estado?

O governo, historicamente, se mostra ineficiente em gestão como um todo. A privatização é importante, mas precisa ser vista com muita cautela. Há um posicionamento muito claro: não se pode usar dinheiro de privatização para pagar custeio. Todo dinheiro tem de ser destinado para investimento, sob pena de vendermos os ativos que pertencem à população e continuarmos com o custo alto que não teremos como pagar no futuro. Essa é uma premissa básica.

Quais são as expectativas do movimento para as eleições de 2018?

As eleições de 2018 podem representar um ponto de inflexão na história política recente do Paraná e do Brasil. A população sempre se diz muito decepcionada com a classe política, mas, nas eleições, nenhum político é eleito se não tiver voto. Imagino que em 2018, por conta das operações de combate à corrupção que temos pelo Brasil e no Paraná, é uma boa oportunidade de a população rever o seu voto e eleger pessoas em condições de mudar esse estado de coisas que o Brasil vive hoje.

Faz parte da missão da sua gestão “cobrar a fatura em retornos de Brasília”. O que temos a cobrar?

O Paraná é um dos estados que mais contribui com Brasília e é o que menos recebe em troca. Temos a fama de ser um estado que não trabalha unido. Acho que, felizmente, essa é uma máxima que vem perdendo força. Um bom exemplo disso foi a elaboração do Plano Estadual de Logística e Transportes, o Pelt 2035, que congrega a opinião de todo o setor produtivo paranaense em relação à infraestrutura do estado. Temos dado passos importantes para fortalecer a unidade paranaense e facilitar que o Paraná tenha retornos mais condizentes com a contribuição e com a importância que tem dentro do cenário brasileiro.

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