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Deputado federal Valdir Rossoni (PSDB), ex-presidente da Assembleia Legislativa do Paraná. | Daniel Castellano / 
 Agência de Notícias Gazeta do Povo
Deputado federal Valdir Rossoni (PSDB), ex-presidente da Assembleia Legislativa do Paraná.| Foto: Daniel Castellano / Agência de Notícias Gazeta do Povo

O deputado federal Valdir Rossoni (PSDB) prestou depoimento na tarde desta quinta-feira (17) no Ministério Público Estadual (MP-PR) a respeito do suposto envolvimento dele no desvio de verbas que deveriam ser destinadas à construção e reforma de escolas públicas no Paraná.

Rossoni foi citado pelo principal delator da Operação Quadro Negro, o dono da Valor Construtora, Eduardo Lopes de Souza, como o responsável por ter indicado a empresa ao governo do estado. Na época, o tucano era o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná. Rossoni nega as acusações.

“O delator é um criminoso confesso, um mentiroso. Nunca o apresentei ao governo, eu o conhecia apenas de vista. Cheguei perto dele duas vezes”, disse em entrevista antes de entrar para depor. Ele fez questão de ressaltar que, por ser deputado federal, poderia prestar o depoimento em Brasília, mas preferiu falar em Curitiba, “onde a imprensa do Paraná pudesse acompanhar”.

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O ex-presidente do Legislativo estadual e o delator teriam se conhecido quando a Valor assinou contratos com a prefeitura de Bituruna, reduto eleitoral de Rossoni, durante a gestão de Rodrigo Rossoni, filho do deputado. “O próprio delator cita que não houve irregularidades. As obras foram concluídas por nossos adversários eleitorais, na gestão seguinte. Quem quiser pode ir lá conferir”, apontou.

De acordo com Rossoni, Eduardo Lopes de Souza escolheu as figuras importantes da política paranaense para incriminar e, assim, receber os benefícios da delação premiada. “Faz quatro anos que estou desafiando que ele apresente provas. O processo tem 8 mil páginas e nenhuma vírgula contra mim. Estou sendo execrado pela opinião pública porque não tenho o mesmo espaço, e a palavra de um criminoso está valendo mais”, afirmou.

O delator também afirmou em depoimento que Rossoni teria recebido R$ 460 mil em propina dentro da Assembleia, como forma de compensação pelos contratos fraudulentos de construção de escolas. Novamente, o parlamentar negou e disse que o acusador não apresentou provas.

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A defesa de Rossoni diz que solicitará ao MP um inquérito para que se investigue o vazamento da delação de Souza à imprensa. O tucano diz ser prejudicado por esses vazamentos, uma vez que, para ele, o processo corre em sigilo. O deputado chegou a pedir que o depoimento desta quinta fosse acompanhado pela imprensa, mas o acesso foi negado. “Se a voz do criminoso pode ser transmitida, por que a minha palavra, a minha defesa, não pode?”, questionou.

Sobre o suposto envolvimento do chefe de gabinete dele, Gerson Nunes, que teria recebido propina relacionada a obras em Bituruna, Rossoni afirmou que acredita no funcionário, que o acompanha há 15 anos. “Claro que o questionei. Mas entre a palavra de um criminoso, um falsário, e alguém que está comigo há tanto tempo, em quem devo acreditar? Acredito no meu chefe de gabinete”, defendeu

Foro privilegiado

O processo contra Rossoni em relação à Quadro Negro corre no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que o deputado federal possui foro privilegiado. O novo entendimento do STF sobre a questão, no entanto, poderia trazer a investigação para a Justiça Estadual.

Rossoni não demonstrou preocupação quanto a isso e disse ser favorável ao fim do foro privilegiado em todas as esferas. “Sempre fui contra o foro, votarei agora no Congresso Nacional nesta direção e nossa bancada já havia se reunido e decidido, antes mesmo do novo entendimento do STF, a votar favorável pelo fim do foro. Todos são iguais perante a lei”, concluiu.

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