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Richa: ônus e bônus para o candidato que ele irá apoiar. | Albari Rosa / Gazeta do Povo
Richa: ônus e bônus para o candidato que ele irá apoiar.| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

Ocupante há sete anos do cargo mais importante do Paraná, o governador Beto Richa (PSDB) certamente será o principal cabo eleitoral na disputa ao governo do estado em outubro. Para o bem e para o mal. Se a força da máquina estatal e o amplo leque de aliados serão trunfos significativos para quem ele decidir apoiar, os ainda altos índices de rejeição do tucano e denúncias de corrupção ao longo dos dois mandatos dele podem se transformar em um fardo pesado demais para qualquer candidato ao governo.

Veja os bônus e também os ônus que terá o nome que vier a ser apoiado por Richa na disputa pelo Palácio Iguaçu: 

BÔNUS 

Força da máquina pública 

Chefe da quinta economia do país, comandante de um orçamento de mais de R$ 60 bilhões e chefe de um RH com centenas de cargos comissionados espalhados por todo o estado. Esses são apenas alguns dos pontos que explicitam o grau de influência que o governador pode exercer na eleição a partir do momento em que decidir quem apoiar. Tudo isso, porém, só fará sentido se Richa permanecer no cargo e não renunciar ao mandato para disputar o Senado. Caso opte pelo segundo caminho, ainda que deixe bem costurado um acordo com a vice Cida Borghetti (PP), ele já não terá mais a caneta do estado nas mãos a partir de 7 de abril. 

Amplo leque de aliados por todo o estado 

Ao longo dos dois mandatos, Richa consolidou e ampliou o rol de apoiadores, sobretudo no interior do estado, onde as prefeituras são profundamente dependentes de recursos do Executivo estadual. Não foram poucos os prefeitos e vereadores que, por exemplo, migraram para o PSDB nos últimos. Excetuando os partidos mais à esquerda, praticamente todas as outras legendas orbitam em torno do tucano, o que garante ao grupo liderado por ele uma capilaridade importante pelo estado. 

Tempo de televisão 

Numa campanha mais curta e barata como será a deste ano, a propaganda no rádio e na televisão deverá ser decisiva ─ assim como os debates. E o partido de Richa, o PSDB, detém o terceiro maior tempo no horário eleitoral. Sem contar as várias outras legendas que o tucano irá carregar para o candidato que decidir apoiar. 

ÔNUS 

Perda da máquina estatal 

Se decidir se candidatar ao Senado, por força da lei eleitoral Richa terá de renunciar ao mandato até o dia 7 de abril. Nesse caso, o comando do estado passará às mãos da vice Cida Borghetti (PP), que é pré-candidata ao governo. Automaticamente, o tucano não terá mais nas mãos a gigantesca estrutura do Executivo estadual e perderá poder de negociação até as convenções partidárias, marcadas para o final de julho. 

Altas taxas de rejeição 

No final do ano passado, 35% dos eleitores paranaenses disseram que deixariam de votar em um candidato a governador se ele fosse apoiado por Richa* ─ o índice só não é pior que o da senadora petista Gleisi Hoffmann, que atingiu 42,9%. O número reflete, em grande medida, uma série de medidas impopulares tomadas pelo tucano no segundo mandato, com destaque para o aumento expressivo de impostos, sobretudo ICMS e IPVA

Denúncias de corrupção 

Richa é alvo de três inquéritos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que podem respingar no escolhido dele: por supostos crimes de caixa 2 citados na delação da Odebrecht; na esteira da Operação Publicano, cujos desvios na Receita Estadual teriam beneficiado a campanha dele à reeleição; e também por um caso envolvendo licenças concedidas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) na região do Porto de Paranaguá, que envolveriam supostos benefícios à família do governador. Há ainda o escândalo da Operação Quadro Negro, num esquema de desvio R$ 20 milhões de escolas públicas e que também teria abastecido a campanha de Richa em 2014. O governador nega irregularidades.

* Fonte: Paraná Pesquisas. Metodologia: Foram entrevistados 1.520 eleitores, durante os dias 14 a 17 de dezembro de 2017. O grau de confiança da pesquisa é de 95% para uma margem estimada de erro de aproximadamente de 2,5%.

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