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Canziani conversou nesta segunda-feira (23) com os jornalistas da Gazeta do Povo | Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo
Canziani conversou nesta segunda-feira (23) com os jornalistas da Gazeta do Povo| Foto: Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo

Deputado federal em quinto mandato, Alex Canziani (PTB) abriu a rodada de sabatinas da Gazeta do Povo com os pré-candidatos ao Senado pelo Paraná – que em 2018 vai eleger dois senadores. Ele confirmou que deve ser o nome do partido em dobradinha com Beto Richa (PSDB). A princípio, a coligação na chapa para o Senado deve contar também PP, PSB, Pros e DEM.

De Londrina, com atuação mais marcada no Norte do Paraná, tem 30 anos de vida pública e serventuário da Justiça, afastado do ofício em Cartório de Registro de Imóveis. Canziani reconhece que teve uma atuação mais regional, mas disse que procura se desafiar e que teria condições de defender o estado todo. Admite que ainda está avaliando os concorrentes, tendo em vista que acredita que teria uma eleição praticamente garantida à Câmara.

Confira a sabatina completa do deputado federal

Educação

Em muitas eleições, Canziani se intitulou como candidato da educação e declarou que a bandeira que defende é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como forma de garantir que os professores de todas as regiões do Brasil saibam o que cada aluno deve aprender em cada ano.

Também enfatizou a importância de investir na formação dos professores, buscando a qualificação. Questionado sobre a chamada Batalha do Centro Cívico, quando vários professores ficaram feridos em confronto com a polícia em 29 de abril de 2015, se restringiu a dizer que foi um problema lamentável. Evitou criticar o futuro companheiro de chapa, Beto Richa, e disse que o ajuste fiscal feito foi correto. Sobre a ação da polícia, enfatizou que cabe ao deputado federal Fernando Francischini (PSL), então secretário de Segurança, responder sobre o enfrentamento.

Impeachment

Canziani explicou por quais motivos votou pelo impeachment de Dilma Rousseff e contra a abertura de investigação contra Michel Temer. Para o deputado, Dilma não tinha condições de permanecer no cargo. Por várias vezes salientou que, independentemente da prática de crime – no caso, as pedaladas fiscais –, seu voto foi político. “Dilma podia me dar R$ 500 milhões em emendas que eu não votaria para ela ficar”, declarou.

Já sobre a situação envolvendo o atual presidente, destacou que não se trata de absolvê-lo, mas de não paralisar o Brasil com uma nova interrupção no momento em que a economia começava a estabilizar. Salientou que Temer ainda pode ser investigado futuramente, e até preso, mas que aquele “não era o momento”. “Se tivéssemos afastado o Michel Temer naquele momento estaríamos patinando ainda mais”, acredita.

Doações de campanha

Questionado sobre a doação de R$ 360 mil que recebeu na campanha anterior vinda da JBS, Canziani enfatizou que não pesa nenhuma investigação sobre o caso e que o dinheiro veio de uma doação feita ao partido que, por sua vez, repassou aos deputados. “Não tenho contato nenhum com a empresa”, disse. Sobre o financiamento público de campanha, afirmou ter dúvidas sobre colocar R$ 2 bilhões para gastar nas eleições, fora o fundo partidário. “Não acho que seja ruim ou seja nefasto que empresas apoiem deputados que defendem determinadas bandeiras”, analisou.

Investigações

Sobre a Operação Lava Jato, Canziani avalia que foi um avanço para o país. Segundo o parlamentar, “não se imaginava o grau de corrupção”. O momento seria de reconstrução, tirando do jogo funcionários públicos, empresas e políticos. “Bonzinho não tem nenhum ali”, disparou. Sobre o envolvimento do PTB, o deputado disse que todos os partidos estão fragilizados.

Reformas

Canziani esteve duas vezes perto de ser ministro do Trabalho, uma delas como alternativa à nomeação da também petebista Cristiane Brasil, e avalia como positivos os efeitos da Reforma Trabalhista aprovada no ano passado. Reconheceu que as mudanças ainda não foram capazes de alavancar o emprego, mas destacou que é a retomada da movimentação econômica que tem a capacidade de aumentar as vagas de trabalho. Ele afirmou que o Brasil é o país com maior número de ações trabalhistas do mundo e que já teria caído pela metade a quantidade de novas ações, diante da necessidade de provar as acusações e do risco de arcar com o custo do processo em caso de derrota judicial.

Já sobre a Reforma da Previdência, Canziani acredita que o atual modelo previdenciário tira dos pobres para dar para os ricos e que é o caso de comunicar melhor a importância de se fazer a reforma, analisando que é a situação fiscal está complicada, porque a Previdência está drenando dinheiro de outras áreas. O deputado espera que o projeto seja votado já no início do mandato, aproveitando o capital político do início da gestão. “O líder tem que tomar decisões difíceis”, resumiu.

Durante a sabatina, Canziani falou da filha Luiza, que será candidata a deputada federal para buscar os votos do pai, acrescentou que preferia a candidatura de João Doria, mas que acredita que o PTB vai acabar coligado com Geraldo Alckmin (PSDB). Defendeu o parlamentarismo, o voto distrital misto, o fim do foro privilegiado e a atuação menos política do Supremo Tribunal Federal. Disse ainda que, como cristão, é contra o aborto – considerando legítimas as situações já previstas em lei, como casos de estupro e não tem nada contra a união homoafetiva e a adoção de crianças por casais homossexuais.

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